NG200403013
holandês de Ceilão afirmava em 1704 que, quem falasse português na Ilha, podia fazer-se entender em qualquer parte da mesma. Na sua Gramática da língoa Portuguesa , João de Barros tinha já dado o mote a respeito da importância da expansão da língua portuguesa 4 . A afirmação do estudioso da nossa língua, Schuchardt, traduz e resume bem o que pretendemos aqui apresentar a este propósito: «A história dos descobrimentos e das conquistas portuguesas é também, em geral, a história da propagação da língua portuguesa»; e Mons. Dalgado acrescenta: «Falava-se português, puro ou crioulizado, por toda a Índia, na Malásia, em Pegu, no Bramá, em Ceilão, em Tonquim, na Cochinchina, na China, em Comorão da Pérsia, em Baçora da Turquia [no actual Iraque], em Meca da Arábia. E falavam- no não somente os portugueses e os seus descendentes, mas hindus, maometanos, judeus, malaios e os próprios europeus doutras nacionalidades entre si, e com os indígenas. Serviam-se dele os missionários holandeses nos seus domínios e ainda hoje o empregam os ministros protestantes ingleses na ilha de Ceilão. Era, pois, por longo tempo, a língua franca do Oriente» (p. XX da sua obra) 5 . Por A LÍNGUA PORTUGUESA NO ORIENTE 645 straightforward fighting and diplomatic chicanery, there is another aspect of 17th- century Luso-Dutch rivalery which disserves a brief mention here. This was the struggle between the two languages, and in this the Portuguese easily bore away the palm. Since the overseas expansion of Europe was pioneered by the Portuguese, their language likewise became the lingua-franca of most of the coastal belt which they opened to Europe trade and enterprise on both sides of the globe» (B OXER , C., Portuguese and Dutch colonial Rivalry, 1641-1661 , em Studia 2, (Lisboa 1958) 37. Seguidamente dá exemplos concretos em diferentes partes do mundo. 4 «Çerto he que não á hy gloria que se possa comparar a quando os minimos Ethiopas, Persianos, indos daquém e dalém do Gange, em suas próprias terras, na força de seus templos e pagodes onde nunca se ouvio nome romano, por esta nossa arte aprenderem a nossa linguagem, com que possam ser doutrinados em os preceitos da nossa fe que nella vam escritos» (em Dialogo em louvor da nossa linguagem, em B UESCU , Maria Leonor Carvalhão (Lisboa 1971) 171; Serafim da Silva N ETO , História da Língua Portuguesa (Rio de Janeiro 1992); idem, na edição da mesma obra, 1970, para a expansão da língua portuguesa na Ásia, 533-570; Jaime C ORTESÃO , Descobrimentos portugueses (Lisboa, s/d.) 363-371; Brotéria , Lisboa, 2 (1940) 455 e 528-531. 5 Mons. D ALGADO é uma das maiores autoridades no estudo da língua portuguesa no Oriente, também porque foi Vigário Geral da Diocese de Colombo, em Ceilão, no início do séc. XX.
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