NG200403013

a religião católica 22 . Depois explica o que são estes Portuguese 23 . Ouçamos ainda um texto de uma das nossas fontes mais recentes, de 1843, referente ao português da Costa de Coromandel: «A língua portuguesa era, assim, o meio de comunicação entre os europeus e os naturais [da costa de Coromandel], porque poucos daqueles poderiam falar tâmul e muitos destes, especialmente os que tinham nascido ou tinham sido trazidos para as casas dos europeus, falavam português desde a infância e conheciam muito pouco da língua materna» 24 . Quando, em 1833, os Americanos fazem um tratado com o reino do Sião, vêem-se obrigados a fazê-lo em inglês e… português. Mas em 1687, o primeiro-ministro do Sião escreve aos franceses em português uma carta a que o Padre Tachard se refere na sua « Second Voyage à Siam » (p. 199 e 204). O autor do documento, em que se insere esta carta, confessa que «les missionaires français, d’ailleurs très hostiles au Portugal, reconnaissait, vers 1674, que le portugais est, à peu près, la seule langue européenne qui soit répandue en Orient» 25 . 652 HERCULANO ALVES 22 F ENGER , O.c., p. 25. 23 Id., Ib ., p. 27-28. 24 F ENGER , History of the Tranquebar Mission worked on from the original papers, 27. Na p. 35 acrescenta que «the first baptism took place in May 1707, when five slaves who could speak Portugueses were baptized in Zion Church, after undergoing an examination». Esta era a igreja onde actuava o missionário Plütschau, que era o encarregado da missão portuguesa de Tranquebar; a outra era a «Nova Jerusalém», para as outras raças e línguas, sobretudo tâmul. A partir de 1707, a pregação era feita aos domingos nestas duas línguas principais, para as quais traduziram também o Ritual Dinamarquês (p. 36-37): «In this Church there are many different congregations, so on account of their different languages, it has been necessary to divide even the little folck (…) into the Portuguese and Tamul congregations» (p. 80). Mais tarde, foi Gründler que se ocupou da comunidade portuguesa (p. 52). 25 Arquivo Histórico Português , vol. I, nº 9 (Lisboa 1903) 308-314, sobretudo 311-314. Aqui se diz que, já em 1662, havia no Sião «près de deux mille catholiques, presque tous ‘portugais’, avec un quartier spécial et deux églises. Le capitaine de la nation portugaise le reçu fort bien et prit le soin de lui trouver un logement » [a um delegado francês] (p. 309).

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