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* ens : os ollics emprega6-fe em Ver as horren- das figuras dos efpiritos infernaes : os oyvidos pm e@icutar os defefpetados alaridos dos ré- p38: o olfato em pereeber as fétidas po- idoens daquelle afquetofiffimo calabouco : dede,e@ em beher o chumbo, e pez ardente: otattoem fofrer as chemmeas, dores , penas ; @ enfermidades. 46 Amemoria padece com a lembranga dd paffado, a vifta do prefente. Porque me ‘condenéi eu a eltes infofriveis tormentos? x hens goftos, que logo pafldra6 : por huns ens apparentes, que em breve fe acabdraé : ‘mas ay de mim ! Que elles fe acabdra6 em fin” O entendimento efté penando com a privagaé da vifta de Deos: ay de mim! Que pata imim jd eftd fechado o Ceo! Jénaé tenho efperancga de entrar na Gloria ! Heide care- cer da formofa vilta dos Anjos! Nunca’ hei~' de@er a Rainha dos Ceos , aquella Santiflima 1ora , Confolagad dos affligidos , Alivio’ dos atribulados,e Alento dos triftes! J4 nad me ferve de alivie, fenad de tormento, por-. -nidade. Ay de mim, que na6 heide ver a - Deos ! Aquella Bondade infinita , aquella Ma~ ' geftade foberana, aquella Effencia Divina , a - guella Divindade immenfa, que enche de glo- ria aos Bemaventurados, amim me tem oe de inconfolaveis penas ? A vontade jd padece pertinaz com o odio, que tem contra Deos; abraza-fe no abotrecimento do Summo Bem, meu gofto ! Que Se ames guardan- do a fuave Ley de Deos, fazendo huma boa confiflaé , chorando as minhas culpas, e e- padego , afflijo-me , eabrazo-me ; mas ay, que ji he tarde ! Que he poffivel ; que na6 heide fair defte carcere? Que naé ha refgate, nem redempcad nefte Argel? Oh malditos pecca-' dos , malditas culpas , que me condendraé a’ tormentos eternos. LR tS hee - 17 Confidére , filho , que por fua defgra- -fe em ta6 miferavel eftado ? Como chora- ‘@ goito em padecer hamia faminta rayva, e” hum inftante ;e eftas penas nun¢a haddetter . " gue eftou defpedido de a ver por toda aeter- arde em defefperagoens : oh trifte de mim! . Como fuy defgragado, porque o quiz fer por mendando a minha vida : agora choro, finto, . a fe condena: e quanta dor terd entad , ven-_ td o que jd nad poderd t r emedio? Como _— Exhortacad para mover a dor dos peccados: && 3 fentird entaé as fuas culpas ! Chore-as agora, filho, veja que jd tem. merecido,aquelle ca- {tigo ; 4 tem caufa para fer con enado a tanta peta; ¢ para livrar-fe della , na tem outro remedio mais , que o arrependimento. Fya, filhO meu, féja muito grande a fua dor. cho- re, gema, finta; e com ifto fahird do eftado da@ perdigad; ém quefeacha: procure nad entrar mais nelle ; emende a fua vida, me- lhore os feus coftumes, ¢na6 torne a recait nos peccados : fe affim o fizer , livrarfe-ha daquellas penas atrozes,'¢ confeguird.acter- na Gloria, Amen. } Ato de Conttigat. S Enhor meu JESU Chrifto: mas como me \F atrevo a chamatvos Senhor meu, fe eu atégora nad quiz fer voflo ? Deos , e Homent verdadeiro; fe-fois Deos de bondade infinita, como eu, fendo hum vil bichinho , tive atre~ vimento para offendervos ¢ Se por meu amot vos fizeftes Homem verdadeire , Como eu, deégenerando dos refpeitos de h mem , offen- dia hum Deos, que por meu amor fe fez Ho- mem? Por feres vés quem fois : a Summa Bondade ,' Perfeicaé infinita : oh ‘como fois bom , meu Deos , pois tendes fofrido que hus — ma vil creatura vos offendeffe: E porque vos amo: muy pouco he o que vos amo, e mui- to heo que defejo amarvos: oh, fe éu vos a- mara com hom affeéto de hum abrazado Se- rafim? Amovos, Senhor meu, com todo 9 meu coragad , com toda a minha vontade. Amovos, meu Deos’, mais que a minha vida. Amovos, meu Senhor, mais que a minha al- tha. Amovos, doce Prenda do meu coraga6, mais que todas as coufas ; e {6 porque vos a- tho, vos adoro’, € vos ‘quero: me peza, Se- thor, me peza’, Deos'da minha alma, me pe- za deter offendido ‘a voffa Bondade infinita : ¢ proponho de naé offender’ mais a hum Se- nhor taé amavel; a hum Deos , em quem creyo ; em cuja.piedade efpero, e cuja Bonda- dé amo : proponho de'antes mortér , que'pec-' car: na6 me fio da minha’ fraqueza, confio’ na vofla Piedade , confio’ na vofla Mifericor- dia,e confio na vofla Graga, qué me hade’ dar perfeveranga nefta vida, e levarrne'depois a eterna Gloria, Amen. ie
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