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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo II A NOTÍCIA DO MASSACRE D ESPONTA A AURORA. Surgem os primeiros albores. Aos poucos, a luz clareia os altos dos pequenos morros que circundam a bela, vicejante e pequena cidade da Barra do Corda. Aparece o astro solar, e seus primei- ros raios refletem nas águas dos rios Corda e Mearim. As aves, de plumas multicoloridas, com seus cantos melodiosos, louvam o Criador, enquanto os moradores da cidade, depois de uma noite tranquila, despertam na sua or- dinária pacatez. Na fisionomia de todos parece reinar uma doce serenidade. Abrem-se as casas de comércio, tudo se anima, tudo é vida, tudo é esperança, todos trocam a saudação que deseja um dia feliz, já iniciado. Ninguém pensa numa terrível calamidade, que já aconteceu, ninguém suspeita que, noite alta, a cidade estará de luto e em prantos, e que em quase todas as famílias alguns estarão chorando o filho, outros a filha, o irmão, a irmã, todos sem dúvida um parente, um agregado, um amigo. Barra do Corda não conhecia temores, não tinha de que suspeitar. A cidade formava como que uma só família em recíproca confiança. Acostumada a viver em paz, não conhecia conflitos. Perto da mata virgem, ou melhor, situada no centro dela, não pare- cia conhecer os costumes de seus habitantes selvagens, não sabia de que fibra ferina eram formados os vizinhos selvagens, e como eles lhe sugavam o leite

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