BCCCAP00000000000000000001766

78 Pe. Bartolameo da Monza via a face da morte e não tinha medo. Alma verdadeiramente justa, repetia: “Desejo morrer e ficar com Cristo.” Aos padres missionários, no entanto, e às irmãs, e também a toda a comunidade, a sua vida era por demais precio- sa, para que fosse interrompida tão cedo. Impossível descrever os múltiplos e amorosos cuidados que lhe foram prestados. Ele, obediente até a morte, seguia todos os desejos de seus caros irmãos missionários e se sujeitou a todas as prescrições. Apenas dizia: “Cedo estarei no Paraíso, o Senhor me quer consigo. Volte o meu pó à terra de onde teve origem, e o meu espírito volte àquele Deus que mo deu. E vós, meus caríssimos irmãos, continuai a amar e temer a Deus, observai e fazei observar a sua santa lei, os seus mandamentos, porque isso é todo o bem.” Sabendo da doença de padre Celso, o reverendo padre Stefano, superior da casa da Barra do Corda, foi imediatamente à colônia em com- panhia de um distinto médico. Queria salvar a todo custo aquela vida tão preciosa, considerando que todo cuidado com ele não seria bastante. Padre Celso a todos agradecia, e a todos pedia que orassem por ele, para que mor- resse a morte dos justos, e o seu fim fosse semelhante ao deles. O mal continuava a piorar, e lhe foram administrados os últi- mos sacramentos, que ele recebeu com a maior devoção. O seu leito estava rodeado pelos confrades missionários e de seus filhos espirituais, a quem tanto amava. Todos choravam. O mais tranquilo era o próprio padre Cel- so. Ele já aparecia aos olhos de todos como um anjo do Paraíso. Era para todos uma visão celestial, era uma alma que voava ao seu Criador, era uma alma que Deus se apressava em ter junto a Si, tão cara já se lhe fizera! Ele expirou no dia 11 de novembro de 1899. A morte quase repentina do padre Celso trouxe dor a todos os arredores. Não se ouviam senão pranto e gemidos nas casas, nas cabanas e até nas matas. Os selvagens, que mais se comoviam pela morte do amado religioso, choravam-no amargamente, dizendo ter perdido o seu Grande Pai. Eu aqui não pretendo fazer o panegírico do padre Celso, nem falar de suas virtudes. O meu intento é somente apresentar uma concisa história da Colônia de São José da Providência, em Alto Alegre. Direi ape- nas que viva era sua fé, firme sua esperança, ardente sua caridade. Ele não pensava senão em Deus, não falava senão em Deus, não obrava senão para Deus. Seu único temor era de que pudesse tê-lo ofendido, tudo o que fazia

RkJQdWJsaXNoZXIy NDA3MTIz