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48 Pe. Bartolameo da Monza O povo, em silêncio, ouviu a lei do Senhor da boca do padre Carlo, e gran- de foi a sua alegria. Em seguida, todos foram servidos de um ágape frugal. Grande foi o júbilo daquele dia. Os selvagens, carregando ramos de árvores de todo tipo, voltaram às suas aldeias anunciando a chegada do Grande Pai a seu meio. Os que haviam vindo das cidades retornaram a suas casas com o coração comovido e cheios de santa admiração pelos missionários do Senhor, que tudo sacrificavam pela religião e pela civilização. Terminada a cerimônia inaugural, o m. reverendo padre Carlo elevou a superior da colônia o reverendo padre Rinaldo da Paullo, jovem inteligente, de grandes realizações, disposto a tudo fazer pela glória de Deus e conversão dos selvagens. Como colega, deu-lhe o reverendo padre Celso da Uboldo, homem de grandes virtudes e não segundo em face ao primeiro no desejo de propagar entre os selvagens aquela fé que, unida às boas obras, salva. A esses dois, acrescentou o virtuoso frei Salvatore d’Albino, que de- veria dirigir os trabalhos agrícolas. Difícil é dizer com quanto desprendimento, zelo e abnegação, lançaram-se aqueles missionários à missão entregue a seus cuidados, pelo amor do próximo e do Deus que tudo anima e a tudo dá vida. Eles eram possuídos de forte físico, habituados a suportar e resistir às mais pesadas canseiras. Decididos no propósito de civilizar os selvagens, habituá-los ao trabalho e formá-los cristãos exemplares, seguidores de Jesus Cristo, co- meçaram por convidá-los a morar na nova colônia, facilitando-lhes tudo e também prometendo-lhes vantagens materiais. Muitos aceitaram o convi- te. Tratados os selvagens como homens razoáveis, como iguais, e não como bestas de carga, era bonito ver como, em sua grande maioria, correspon- diam aos cuidados e solicitudes que os missionários tinham por eles. Sub- missos e obedientes, concentravam-se no trabalho que lhes era designado. A maneira amável e afetuosa como eram tratados logo se espalhou de aldeia a aldeia, e muitos vieram estabelecer-se na colônia, para grande contenta- mento e satisfação dos missionários. Muitos que, por motivos particulares, não podiam permanecer na colônia, vinham trabalhar nela, e os missio- nários lhes retribuíam com a maior liberalidade. Não é, pois, de admirar que, em apenas quatro anos, os missionários tenham transformado Alto Alegre – que depois foi denominado Colônia de São José da Providência – num verdadeiro canteiro de obras agrícolas. À sombria e triste majestade
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