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24 Pe. Bartolameo da Monza ou não sentiram urgente a necessidade de conhecer antes de evange- lizar”. Para ele, “hoje não é mais possível nem admissível fazer isso”. A publicação, na Itália, em 2000, e no Brasil, em 2001, do livro Amor e martírio , sob o patrocínio da Congregação das Irmãs Terceiras de Madre Rubato - vítimas de Alto Alegre –, reflete, mais de um século depois da aparição deste livro de frei Bartolomeu da Monza, essa visão renovada da Igreja. “Devemos ter presen- te que todos os empreendimentos pioneiros capazes de revolucionar uma situação sociocultural e política sempre têm algo de ingenuida- de e loucura”, diz Arturo Paoli na apresentação do livro. Os márti- res, segundo ele, “não perceberam a gravidade e as consequências do infeliz conúbio entre catequese e colonialismo.” O fracasso do empreendimento de São José da Providên- cia, concebido como um modelo de civilização e evangelização indígena, não diminuiu o fervor missionário e o desejo de servir, principalmente às populações mais humildes, dos capuchinhos no Maranhão. Em pouco mais de um século, eles realizaram uma obra extraordinária de catequese e serviço social, construindo igre- jas, conventos, colégios e hospitais, participando do desenvolvimento de regiões remotas de todo o Norte do Brasil. Afinal, o reconhecimento dos erros não representava uma condenação. Em sua mensagem por ocasião daquele centenário, João Paulo II ensinou que “ devemos louvar e abençoar ao Senhor por aquele primeiro grupo de missionários no Brasil que, liderados pelo padre Carlo de San Martino Olearo, plantaram nas terras brasileiras a semente da vossa presença; damos graças igualmente a vossos confrades que sacrificaram suas vidas para dar a conhecer a Cristo nas cidades e nas florestas, às vocações que surgiram anos a seguir, que hoje são continuidade do vosso trabalho”. 11 11 A mensagem de João Paulo II, em português, tal como transcrita, consta do livro Saí- ram para semear . Editora Velar, Convento do Carmo, São Luís, MA. Págs . 16 e 17.