BCCCAP00000000000000000001766

O massacre de Alto Alegre  189 pessoal, com que conseguiu fazer um grande bem. Esses dons ganharam brilho ainda maior quando foi destinada para as missões do Maranhão. Nada temendo dos perigos aos quais se expunha, deixou Montevidéu e, com fé em Deus, iniciou a grande viagem. Em Alto Alegre, como em qualquer outro lugar, quis ser, e de fato foi, de grande ajuda na missão trabalhosa e muito difícil. Foi-lhe con- fiada a tarefa de preparar e cozinhar o pão, e ela a desempenhou por pou- cos meses, até ser escolhida superiora da casa. Dela existem várias cartas enviadas à madre-geral, as quais relatam os seus gentis sentimentos. Numa delas, datada de 30 de setembro de 1900, descreve à superiora o grande luto que atingiu o educandário das meninas a quem instruíam, tornando- -as cristãs e civilizadas, e fechou a carta deste modo: “Madre, se a Senhora visse! Aquele cemitério já está cheio de túmulos. Outro dia, eu as contei e são umas cinquenta. Tiveram inclusive de aumentá-lo. No meio, colocaram aquela cruz que estava na frente à igreja. De vez em quando eu vou beijá-la e, algumas vezes, faço-o também pela Senhora, cara Madre.” Noutra carta, de 10 de janeiro de 1901, manda melhores notí- cias da Missão, que está prosperando: fala do bem que o bom padre Ri- naldo faz às freiras, com a ajuda material e com os conselhos, que, para ela, jovem de pouca experiência, tornava menos pesada a tarefa que lhe foi imposta, de superiora da casa, e descreve a bonita festa da missa cantada na Noite de Natal e na chegada do novo século. Quanta alegria, quanta esperança ressaltam das cartas da cara irmã Eleonora! Parece a saudação jubilosa para o 13 de março... Enquanto ela, doce e bondosa, contemplava o alvorecer do sé- culo XX , sonhando maiores louros para si e para a missão que lhe foi dada a governar por poucos meses, outros, de olhar feroz e sinistro, preparavam- -lhe o melhor dos triunfos: o martírio...

RkJQdWJsaXNoZXIy NDA3MTIz