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184 Pe. Bartolameo da Monza Era o dia 3 de novembro de 1896. Um grupo de cinco missio- nários capuchinhos estava para partir para a América: ajoelhados diante do altar, receberam o mandado do superior, que, em nome de Jesus Cristo, repetia: “Ide a todo mundo e pregai o Evangelho”, e lhes dava o crucifixo, que daí em diante haveria de ser a sua única insígnia, o seu conforto, a sua defesa. O padre Vittore, em nome dos companheiros, respondeu ao supe- rior, deixando transbordar a plenitude de seus sentimentos interiores, e, com palavras transbordantes de fé e entusiasmo, transfundiu nelas o ardor de sua alma em fogo. O povo comoveu-se, e ele, com voz firme e resoluta, o rosto radiante, ofereceu a Jesus Cristo a sua vida e a de seus companhei- ros, e jurou que ela seria toda consagrada, sem reserva alguma, a promover a fé e o amor de Deus entre aqueles desventurados que não o conheciam. Chegando à Missão, foi destinado a Alto Alegre, ou Colônia de São José da Providência, e dividiu o suor, as privações, as penas e a morte com os outros missionários. A 13 de março de 1901, quando o Caboré, furibundo e já man- chado com o sangue de tantas vítimas, invadiu a casa da Missão, padre Vittore se colocou diante daqueles selvagens endemoniados e lhes disse: “Que quereis? Eu sei que não vos fiz nenhum mal, que sempre vos amei. Dos meus, ninguém mais está aqui. Quereis matar também este pobre fra- de? Eu estou pronto! Não façais mais vítimas.” Mal tinha terminado estas palavras, foi crivado de balas e caiu no chão. Sua alma voou para o Céu, a receber a coroa do martírio. 16 16 Esta breve biografia foi deduzida do elogio fúnebre lido no dia 22 de agosto de 1901, pelo professor D. Andrea Angelini, na igreja dos capuchinhos de Bergamo. Devo observar que o egrégio professor diz que o padre Vittore morreu aos pés do altar, logo após celebrar a santa missa: é um erro em que muitos incorreram. A vítima que caiu aos pés do altar foi o padre Zaccaria da Malegno, conforme está dito antes.