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180 Pe. Bartolameo da Monza Ardente de zelo pela dilatação do nome de Jesus Cristo e pela salvação das almas que jaziam na sombra da morte, ele fez, sem nenhuma hesitação, pedido para ser enviado às missões. Os superiores, admirando a sua coragem e louvando o seu zelo, concederam-lhe a necessária obediên- cia, e, em novembro de 1894, ele partiu para o Brasil em companhia do padre Rinaldo e outros missionários. Chegando às missões, padre Zaccaria foi mandado a Barra do Corda. Lá, com grande paciência, abnegação e santa habilidade, aprendeu a língua, e, com caridade e doçura, começou a instruir os ignorantes na lei evangélica. Seu grande desejo era sacrificar a vida pelos bárbaros selvagens, mas os superiores dispuseram dele diversamente, confiando-lhe um traba- lho talvez mais árduo e difícil: as desobrigas. Para melhor entender isso, é preciso saber que, no norte do Bra- sil, excetuada a costa marítima e as margens dos rios, o interior propria- mente dito é quase despovoado. Naquelas imensas regiões que se estendem por milhares de léguas, é difícil encontrarem-se vilas e povoados propria- mente ditos. Somente se acham pequenos ajuntamentos de casebres, ou cabanas e palhoças afastadas umas das outras dias inteiros de viagem a cavalo. Devido às enormes distâncias, aquela população esparsa não pode ir até o padre, é necessário que o padre vá até onde ela está. Esse foi o imenso trabalho do missionário, o trabalho do padre Zaccaria. Ele saía a cavalo de casebre em casebre, parava, pregava, instruía, confessava, administrava sacramentos, unia em matrimônio, dava conse- lhos, reconciliava desavenças, fazia voltar a paz. As suas viagens, em geral, se davam por dentro das matas, expostas a todos os perigos, e algumas vezes, ele tinha que passar dias e dias sustentando-se unicamente com um pouco de farinha de mandioca e bebendo água suja, quando sucedia de encontrá-la. No início da sua missão, algumas vezes não o recebiam, e ou- tras tantas vezes tinha que passar a noite ao relento ou sob as árvores, sem comida, sem sustento. Ele era mais favorecido que a sua montaria, pois esta, uma vez solta, sempre achava o pasto... Apesar disso tudo, o zelo do padre Zaccaria levava-o a querer viajar ainda mais, e ele dizia: “Já que não me é dado converter selvagens, seja-me pelo menos permitido guardar a fé dessa gente abandonada, cha- má-la à pureza dos costumes, e reconduzi-la à observação prática das leis