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16 Pe. Bartolameo da Monza * A Missão Capuchinha do Norte do Brasil, ou Missão do Maranhão, como ficou conhecida, foi instituída, por decreto canô- nico, a 12 de maio de 1894, em São Luís, apenas cinco anos após a proclamação da República, atendendo a necessidades pastorais da Igreja e à estratégia do governo de civilizar as tribos de regiões pouco povoadas do sertão maranhense. Em pouco tempo, a ação missioná- ria estendia-se ao Piauí, Ceará, Pará e Amazonas. A prioridade da missão eram os índios. Portanto, já no ano seguinte é aberta uma casa paroquial e, em seguida, uma escola indígena em Barra do Corda, a 400 quilômetros de São Luís, em cujo hinterland vivem os guajajaras, canelas e mateiros. São cerca de 2.200 índios, distribuídos em 22 aldeias. O bom êxito inicial leva os religiosos a dar um passo mais ousado: implantar, no centro das aldeias, de modo a facilitar o trabalho de atração das crianças e contribuir para a manutenção do instituto de Barra do Corda, uma colônia agrícola autossustentável e um colégio para meninas índias. A 1 o de junho de 1896, como planejado, era inaugurada a Colônia de São José da Providência no lugar chamado Alto Ale- gre. Em pouco tempo, nasce o instituto indígena exclusivo para as filhas dos índios, que vai ganhar impulso dois anos depois, com a chegada, de Gênova, de seis freiras da Ordem das Irmãs Terceiras Capuchinhas de Madre Francesca Rubato. Aldeamento e colégio, instrumentos de catequese tentados pelos jesuítas no século XVIII e pelos próprios capuchinhos, em as- sociação com o poder monárquico. Nos dois institutos, curumins e cunhãs recebem noções diárias de catecismo e instrução básica – ler, escrever e contar –, aulas de música, ofícios de carpintaria, olaria, sapataria e alfaiataria. O propósito, segundo o superior da missão, frei Carlo da San Martino Olearo, em carta ao governador Manuel Inácio Belfort Viei-

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