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O massacre de Alto Alegre  177 Partindo para o Brasil em novembro de 1894, muito logo se tornou a alma da Missão. O seu zelo apostólico parecia multiplicá-lo: ele estava presente a tudo, e nada deixava de fazer que fosse bom para a Missão e para as almas. Foi este zelo que lhe mereceu ser elevado a superior regular da Missão, logo depois do padre Carlo. Durante o período de seu superiorado, buscando dar maior in- cremento à Missão, veio à Itália. Advogando as necessidades da Missão, conseguiu que as terciárias capuchinhas fossem enviadas a Alto Alegre. Dos seus irmãos, respeitabilíssimos arrendatários e homens muito amantes do verdadeiro progresso, recebeu sábias sugestões sobre o beneficiamento da terra, e eles lhe forneceram quase todas as novas máquinas agrícolas. Foi assim que Alto Alegre pôde alcançar aquele desenvolvimento que suscitava a admiração de todos. Quando, em 1898, as tropas italianas decidiram bombardear o convento do Sagrado Coração dos capuchinhos, em Viale Monforte, Milão, faltou pouco para que o padre Rinaldo caísse prisioneiro, junto com os demais religiosos. Ele tinha partido à noite anterior para Brescia. Porém, os mantimentos que tinha angariado para a Missão foram todos remexidos. Retornando à Missão e terminado o seu tempo de superiora- do, sucedeu ao padre Celso na direção da colônia de Alto Alegre, e foi um verdadeiro apóstolo. Certa vez, voltando de uma longa viagem, sen- tiu necessidade de algum repouso, e apeou da mula em que montava. A mula soltou-se e fugiu. O missionário viu-se sozinho na mata, perdido, sem orientação, sem guia. Esperava-o a sorte de quem deve morrer de fome e servir de pasto às feras. Padre Rinaldo, que tinha grande fé em Santo Antônio de Pádua, fez voto ao taumaturgo e, quase de repente, um vulto, encourado ao modo dos vaqueiros daqueles lugares, apareceu à sua frente, tomou-lhe a mão, colocou-o no caminho certo, e desapareceu. O Céu protegia o padre Rinaldo para recebê-lo com a coroa do martírio. Para ele estava reservado um lugar, um trono, mas Deus quis que, antes de entrar na posse daquele trono, ele se fizesse conforme à imagem de seu Filho. Deus Pai, que nem a seu Filho poupou, mas o entregou à morte pela salvação de todos nós, também não poupou os seus servos, e isto pela salvação das almas.

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