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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo XIII O TÚMULO E O PERDÃO A tocante função da novena sobre o túmulo dos nossos mártires terminou no princípio de agosto. Nem havia terminado, e começou a se manifestar a mão do Senhor. Em Grajaú, caiu primeiro nas garras da Justiça Manuel Justino e outros comparsas, como Luisão, Benvindo, Filipe, Manuel Grosso, Ma- laquias, Clementino. Manuel Justino foi quem disparou o primeiro tiro que prostrou o padre Zaccaria aos pés do altar. A Divina Justiça velava sobre ele, e quis que fosse também o primeiro a experimentar sua terrível vingança. Pelos atos da Polícia, resulta que Manuel Justino, tentando fugir durante a viagem de Bonita, uma bala de fuzil o atingiu e ele caiu morto. Isso, para o público e para os atos oficiais. Porque a morte dele foi mais penosa: não foi uma morte repentina que o colheu, mas uma morte segui- da de todo horror. Durante a viagem, ele se mostrava sempre renitente às ordens dos soldados: não queria caminhar, não avançava um passo, retar- dava todo movimento, insultava a todos. Os soldados o suportaram por longo tempo, muitas vezes ameaçaram tirar-lhe a vida, dizendo-lhe que fariam justiça sumária. Ele gritava “não me matem, não me matem, a vida, a vida, não quero morrer, em Alto Alegre serei posto em liberdade, vamos,
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