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162 Pe. Bartolameo da Monza com o m. reverendo padre Carlo, conduzindo consigo a pequena Úrsula. A viagem de volta foi penosa. Uma chuva intensa tinha inundado os terrenos baixos, e em alguns pontos foi preciso confiar-se dos selvagens e deixar-se transportar por eles, mas nenhum incidente ocorreu. O Senhor e a sua Divina Mãe protegeram os nossos viajantes. Era já noite quando chegaram. A notícia de que tinham trazido consigo a pequena Úrsula se espalhou como um relâmpago. Toda a cida- de correu para ver de perto a menina salva. Uns tinham uma pergunta a fazer, outros outra. A pobre menina, cansada, atribulada, confusa, não sabia o que falar. Foi preciso dizer aos cidadãos que tivessem a bondade de voltar no dia seguinte e deixassem a menina repousar. A Missão se ofereceu para educar a menina às suas expensas. Úrsula era órfã de pai e mãe. Para a Missão, a menina era uma relíquia de uma grande catástrofe, era uma memória, uma história viva. Ela, porém, preferiu voltar para o meio de alguns parentes seus, e lhes foi entregue. Aquela relíquia já não existe mais: como já disse, no dia 22 de abril de 1907 ela voou para o Céu, a abraçar as suas companheiras. Um dia depois da volta de Alto Alegre, estando os religiosos no refeitório, chega um telegrama para o m. reverendo padre Carlo. Ele o lê, o telegrama lhe cai das mãos: seu coração é outra vez trespassado, a dor se imprime naquele rosto que os religiosos todos amavam. O telegrama comunica outro levante, dos selvagens do Maracanã, que tinham atacado mais aquela colônia. O padre Carlo já estava sofrendo, mas quis partir. Ele e o padre Giovanni embarcaram para Maranhão no dia 11 de maio. O padre Giampietro já tinha partido no dia 24 de abril. Graças ao Senhor, em Maranhão o padre Carlo achou o alme- jado e tão necessário conforto: a notícia era que no Maracanã (colônia de Santo Antônio) tudo corria bem e em ordem. Com a partida de m. reverendo padre Carlo e do reverendíssimo padre Giovanni de Alto Alegre, o reverendo padre Stefano ficou para orga- nizar a execução dos planos dos ditos padres, e também para atender a um impulso de seu coração. A ideia de transportar os restos mortais dos márti- res à Barra do Corda e pô-los ao abrigo de qualquer possível profanação era de todos os missionários, mas ao padre Stefano coube o mérito de realizá- -la. Para ele, a exumação foi uma obra de amor, sem que, em assim dizer,
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