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O massacre de Alto Alegre 151 Na mesma noite do dia em que foram soltos, houve um gran- de festejo em homenagem aos néscios e cretinos libertados. Não poucos barra-cordenses participaram dele. Eu não saberia dizer quais foram os cretinos e os imbecis, se os selvagens postos em liberdade, ou aqueles que tomaram parte nos festejos e na dança, tanto mais que alguns tinham que chorar vítimas de sua própria família. No dia seguinte à soltura dos selvagens estes passeavam arro- gantes e ameaçadores pelas ruas da Barra do Corda, sujos e embriagados, dizendo que todos aqueles que haviam se recusado a votar em seu favor pagariam pela recusa. Além disso, a conduta do coronel Pinto na campanha contra os selvagens deu muito a que suspeitar, e cada vez mais me confirma a opinião de que a maçonaria tinha lá posto a sua pata. Mas não nos antecipemos. * Nome dos jurados que votaram pela libertação dos selvagens que tomaram parte no massacre de Alto Alegre. Data: 26 de junho de 1905: João Teixeira; Armando (sapatei- ro); Vicente Raverdosa; Mundico dos Santos (maestro); Francisco de Sal; Inácio Milhomem; Onofre (caixeiro); José Pinheiro; Fonseca; Agostinho d’Araújo; Emiliano Carreiro Varão; Antônio Pinto. Estes são todos cidadãos da Barra do Corda, à exceção de Antô- nio Pinto, que mora em Boavista.
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