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150 Pe. Bartolameo da Monza em Petrópolis, para preveni-lo, e dele recebeu uma carta assaz gentil e en- corajadora. 12 A maçonaria pretendia que os selvagens fossem absolvidos. O Governo do Maranhão passou ordens secretas para tal propósito. Os selva- gens foram absolvidos, mas fez-se a luz. Os selvagens foram considerados culpados em todos os pontos da denúncia. O próprio Caboré, durante o processo, declarou que os religiosos eram pais para os selvagens, e que as religiosas eram outras tantas mães, e que, se os padres missionários o casti- garam, era porque ele o merecia. Todos os jurados concordaram com o Sr. Frederico Pereira da Figueira, diretor do jornal O Norte – Órgão das ideias republicanas , que, no decorrer do processo, representou os missionários capuchinhos, em que “ninguém é mais apto para o desempenho desta grande e humanitária obra de civilização, a não ser estes religiosos, que com indizíveis sacrifícios, ar- riscando a própria vida, penetram na mais densa das matas fechadas, para ganhar, com orações, conselhos e pedidos, estes selvagens ao seio da nossa sociedade”. Os selvagens foram absolvidos, mas só depois que a maçonaria eliminou o voto de 24 jurados que haviam declarado não querer dar vere- dicto favorável aos selvagens, e não queriam rebaixar-se às vontades de um governo que os privava de liberdade. O veredicto em favor dos selvagens foi dado por apenas 12 ju- rados, partidários do Governo, e estes mesmos, não podendo negar a luz dos fatos, declararam os selvagens culpados em todos os pontos apresen- tados pelo promotor público Raimundo Bona. Apenas os selvagens, por imbecis, porque cretinos, deviam ser considerados menores e, portanto, não responsáveis pelas próprias ações! Declarados imbecis e cretinos, foram soltos, não porque absolvidos, não porque inocentes, mas porque, para a maçonaria, os selvagens que destroem missões e colônias, e massacram pelo modo mais cruel e bárbaro, não são homens, mas bestas, irresponsáveis pelas próprias ações! 12 Em Pará, Maranhão e Ceará: Notas de viagem , p. 170.

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