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140 Pe. Bartolameo da Monza 3 de maio do ano da graça de 1907. Eu estava na igreja paroquial da Barra para as funções do mês de Maria. O Santíssimo Sacramento estava exposto, eu estava para dar a Bênção. Ouviu-se um grito na porta de igreja: “Os selva- gens! Os selvagens!” Num instante, a igreja esvaziou-se: toda a população fu- giu para as próprias casas, todas as quitandas foram fechadas, as ruas ficaram desertas, temor e consternação geral. Eu fiquei sozinho com meu coirmão, frei Vincenzo, na igreja. Era um falso alarme dado por um soldado bêbado. Os missionários de Alto Alegre haviam-se habituado àqueles rumores e não se importavam mais, mantendo-se em seus postos, como fiéis sentinelas. Nem mesmo assaltos particulares foram capazes de demovê-los de seu propósito de permanecer no local. Os diversos atentados à vida são considerados como as coisas mais naturais no Brasil, e não se faz nenhum caso deles. Os missionários esperavam sempre que as coisas mudassem e que o tempo alterasse o coração dos inimigos da Missão e dos selvagens refratários. Mas os missionários se iludiam. Alto Alegre, aquele campo de tantos suores, tantas lidas, que havia absorvido todos os recursos da Mis- Igreja de Alto Alegre assaltada pelos selvagens
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