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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo VIII CONTINUAÇÃO DAS RAZÕES DO MASSACRE. JOÃO CABORÉ: SUA ÍNDOLE E PERVERSIDADE. N O ARTIGO PRECEDENTE, eu afirmei que outros atribuíram o massacre a uma vingança; outros mais, à natureza corrompida dos selva- gens, ao seu desejo de continuar uma vida indolente e viciosa, e de enri- quecer angariando bons despojos com bens alheios; outros enfim, a um fanatismo religioso, para conservar as suas antigas e fabulosas crenças. Disse também que a segunda apreciação é verdadeira, no tocante a João Caboré; que a terceira é também verdadeira, especialmente no que diz respeito àqueles que tomaram parte principal no massacre, e por assim dizer eram os ajudantes de campo de João Caboré, como foram Manuel Justino e Pedro de Araújo; e que a quarta também é verdadeira, no que toca à multidão dos selvagens que vieram do interior. Isto é o que quero provar. João Caboré, o famigerado, bárbaro e cruel autor, organizador e executor do massacre em Alto Alegre, nasceu nas grandes matas da serra Branca. Quando ainda criança, foi recolhido por uma das mais distintas e honradas famílias da Barra do Corda, por sobrenome Rodrigues. Menino ainda, demonstrava talento e astúcia. Morando com gente civilizada, pa-

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