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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo V A EXPEDIÇÃO SOB O COMANDO DO TENENTE-CORONEL TOMÉ VIEIRA. SUA RETIRADA. E NQUANTO O TENENTE-CORONEL Tomé Vieira dos Passos orga- nizava a partida de seus homens, e o padre Stefano da Sesto, superior da Barra do Corda, dava a bênção para o êxito da segunda expedição, o povo, entusiasmado ao som dos instrumentos musicais, trocando já as últimas saudações, ouviu-se uma voz discordante, uma voz de desencorajamento, uma voz de dissuasão, uma voz de desaprovação, uma voz que dizia ser uma crueldade marchar contra inocentes e inofensivos selvagens, contra selvagens que, destruindo Alto Alegre e massacrando a todos, outra coisa não haviam feito senão livrar-se de uma escravidão indevida, proclamar a própria independência, a própria liberdade e o próprio pensamento. Era a voz de um pastor protestante, que, em seu frenesi e ódio contra tudo o que fosse católico, não soube sequer respeitar o sentimento público num momento tão grave. Não teria ele tomado parte no massacre? Não cabe a nós julgá-lo. Mas, algum tempo antes, ele andara passando pelas aldeias. Frades e freiras tinham sido pintados por ele com as cores mais negras que só os protestantes sabem usar. O Senhor o julgará. Porém, em Barra do Corda ele foi silenciado pelo juiz em exercício, Leopoldo. Este lhe fez
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