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O massacre de Alto Alegre  113 margens dos dois rios Corda e Mearim passaram a ser vigiadas pelos princi- pais cidadãos, não obstante as chuvas torrenciais que caíam quase que con- tinuamente. Certa confiança começava a animar e trazer firmeza a todos, enquanto que uma segunda expedição a Alto Alegre era por todos solicita- da e por todos exigida. As meninas, se ainda vivas, deviam ser libertadas, os selvagens aniquilados, a segurança pública restabelecida. Chega o tenente-coronel Tomé Vieira Passos. Ele examina cada coisa, aprova o já feito, modifica alguns planos para a defesa e segurança da cidade no caso de um ataque, ordena trincheiras nas posições mais ex- postas, põe a seguro a ponte, em cujas cabeças faz pequenas fortificações. Depois diz que está pronto para partir. Ele não quer mais que cinquenta homens sob seu comando, mas quer homens que ele mesmo escolha. O tenente-coronel Tomé possuía uma daquelas vocações militares que raramente se encontram. Inquieto, nervoso, ao mesmo tempo que pru- dente quando em serviço, já outras vezes tinha arriscado a vida, mas as balas o haviam sempre poupado. Agora, chamado a assumir a defesa da Barra do Corda, que ama como sua segunda terra natal, parece voltar aos seus dias de juventude. Sua voz é forte e robusta, seu comando imperativo, seu gesto majestoso, enquanto que em tempo de paz ele mostra um coração de mãe. Sob as suas ordens, ninguém conhece temores, todos têm uma confiança ilimitada no seu comando, todos estão prontos para qualquer arremetida. Sua presença muda de aspecto em cada situação: já não se teme o inimigo, ele é desejado. Sob tais auspícios, partiu a segunda expedição da Barra do Corda.

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