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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo IV BARRA DO CORDA EM ESTADO DE ALERTA. PREPARATIVOS PARA A SEGUNDA EXPEDIÇÃO. E RA O DIA 16 DE MARÇO, quando as tardes correm tão rápidas que não conhecem crepúsculos, e do dia claro se passa à escuridão da noite. O céu fazia dias que andava nublado e as estrelas se diriam terem desapareci- do para sempre do horizonte. Eis o céu se abre, belo e sereno, e as estrelas brilham de in- sólito esplendor. As pessoas sentadas à calçada das vivendas, quitandas, pela vizinhança, discutem os fatos de Alto Alegre. Pequenas nuvens, quase diáfanas e clareadas pelo cintilar das estrelas, passeiam quais sombras no firmamento. Aos que acreditam ver nisso presságios de boas-novas, tudo é um mar de rosas, e eles fantasiam que a expedição operará milagres: em todos procuram infundir coragem, aquela coragem que talvez eles mesmo não sintam. Outros não veem senão futuros desastres. Muito longe, no en- tanto, surgem nuvens negras, escuras, que podem representar montanhas e barreiras insuperáveis a protegerem os lares. A espaços, parecem cavalos em guerra que se dispõem para o decisivo ataque, as mais estranhas figuras aparecem, avançam, entrechocam-se, juntam-se em formas as mais inusita- das, acavalam-se, engrossando-se em mil curvas indeterminadas. Um vento
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