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O massacre de Alto Alegre 105 Tranquilizados pelo tom daquelas palavras, Mateus e Manuel começaram a ter esperanças. José era um empregado fiel, chefe da guar- da de Alto Alegre, muito afeiçoado aos capuchinhos. Ademais, Serrinha distava apenas três léguas de Alto Alegre: um massacre total não podia acontecer sem que chegasse ao seu conhecimento. Homem de fibra, nas- cido nas matas e conhecedor de todas as suas circunstâncias, corajoso até a temeridade, José ofereceu-se para acompanhá-los até Alto Alegre, dizendo que ele mesmo não sossegaria enquanto não tivesse constatado a verdade com os seus próprios olhos. Logo sela um cavalo e monta-o para partir. Mateus e Manuel protestam, dizendo que era preciso ir a pé, sem chamar atenção, e ter muito cuidado para não se exporem a perigos inúteis e des- necessários, mesmo que a notícia do massacre não fosse verdadeira. Ao que ele responde: – Então podem ir. Eu vou atrás. Conheço bem os selvagens e, em caso de assalto, sei me defender. Grupo de mulheres e meninos índios decentemente vestidos pelas irmãs
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