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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capítulo III A PRIMEIRA EXPEDIÇÃO A RREADOS DOIS CAVALOS, partiram a toda pressa Mateus e Manuel. Homens corajosos, intrépidos, conhecedores dos costumes dos selvagens, de sua língua e de Alto Alegre, eles prometem que não voltarão senão depois de terem verificado tudo. Afirmam que não temem a morte e que estão prontos para enfrentar todo perigo. Abençoados por todos os religiosos capuchinhos, acompanhados pelo choro de todos os presentes, a sua partida foi, naquele momento, um grande alívio para todos, que neles tinham colocado sua última esperança, a saber, que ainda chegassem a tempo de impedir a catástrofe, se já não estivesse consumada. Esperava-se que a notícia trazida pelos dois senhores fosse muito precipitada, e o que tinham ouvido de João Viana fosse apenas ameaça, e não realidade. Quem viaja pelas grandes selvas e pelo interior do Brasil, e prin- cipalmente pelas imensas planícies que formam o grande espaço por onde correm os seus grandes rios, não pode deixar de experimentar uma indefi- nível impressão de tristeza. Não é que aquelas paisagens cobertas de plantas rasteiras e entremeadas de grandes correntes d’água não tenham beleza: é o panorama selvático, a profunda solidão em que se mostram, que desper- ta tal sentimento. Ante aqueles espetáculos do céu e da terra, o homem,

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