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494 APPENDICE II se affasta delle enquanto nao é totalmente corrupto e putrefacto; julgao que as almas livres do Corpo percorrem os matos, que assistem as suas conversas, as suas danças, e sao testemunhos das suas acçoes: que voao pela atmosfera, ou pelo espaço que ha entre a terra e a Lua, que a considerao corno a morada exclusiva das almas dos seus defuntos e lugar de seu descanço. Tomao o eclipse da Lua corno un signal certo da indignaçao das mesmas almas causado de algum crime, que elles fizerao, e emquanto o planeta :riao clareou totalmente, se escondem e se acautelao por nao serem offendidos dos bichos ferozes dirigidos, dizem elles, por urna das almas, que entra no corpo dos mesmos bichos para com mordeduras ou com estragos vingar-se da respectiva offensa. Quando morre algum delles, ou esta para morrer, unem-se todos em rada delle, e apenas exspirado, começa o parente mais proximo a expressar-lhe chorando os sentimentos da sua dor, e depois todos juntos chorao do mesmo modo até a hora do enterramento. A sua sepultura he urna cova toda bem forrada de estacos de pau, e de folhas, na qual depositao o cadaver envolto em um cavaco, ou cortiça de arvore, que lhe serve de caixao; e depois de a ter acabado de forrar da parte de cima, a enchem de terra com lastimozos gritos. Sao polygamos, porem nunca se cazao com irmas ou sobrinhas. O furto, a calumnia, o omicidio e o adulterio sao os crimes grandes que elles corno taes os reconhecem e os reprovao, e que por elles mesmos ou ,sao vingados, ou perdoados. Vivem sem remorsos, porque nao sabem que ha um justo remunerador, do que resulta que entre elles nao ha supplicas, sacrificios, nem acto nenhum de expiaçao. Andam todos nus, o seu sustento he a caça, a pesca, as batadas, o mel, e outros productos agrestes de que abundao os matos: vivem todos em commun, e supprem-se reciprocamente nas respectivas necessidades da vida. Neste systema brutal, em que vivem, nao sa.o faltos de luz e de conhecimento sufficiente para conhecer o bem e o mal, e os principios da Lei natural. Aos que obedecem a esta luz, e a estes principios Deus tem providenciado com mandar-lhes missionarios para os instruir, corno ensina S. Thomaz, e muitos delles, mais de 200, eu mesmo os tenho bapti– zado, e tenho visto praticamente executada a doutrina do Santo Doutor com evidente Providencia da Divina Graça, e depois do recebido Bap– tismo, parvulos e adultos mais de 200, estao agora gozando a Bema– venturança... Frei Ludovico. 40. Il ministro della giustizia sull'opera dei primi missionari cappuc– cini durante il secondo Impero. (1841-1843). Da Paulino José SOARES DE SOUZA, Re/,at6rio da repartiçao dos Neg6cios da Justiça apresentado a Assemblea Gera/ Legislativa na 1a sessao da 5a Legislatura, Rio de Janeiro 1843, 34ss. Admiraveis tem sido nas Provincias do Maranhao, Pernambuco, Sergipe, e entre os rios Tocantins e Araguaya, os fructos colhidos das missoes de alguns poucos Missionarios Capuchinhos, que hum dos meus predecessores mandou vir da Italia. He tambem admiravel a constancia, o fervor evangelico com que esses homens de paz penetrao os nossos
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