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492 APPENDICE II cornnosco, e ern termo de reuni-los facilmente, quando fòr tempo. Ac– tualrnente me acho aqui com noventa e seis individuos, e cincoenta na visinha aldea, esperando a resulta das medidas que o Governo tern tornado acerca do novo abrirnento da estrada, e das colonias estrangeiras que hao de vir povoa-la; lisongeando-rne que por este modo podera este lugar tornar tom mais altivo de povoaçao, ou de Villa; pois até agora he hurn verdadeiro degredo, onde eu estou para o unico firn de nao deixar ern desarnparo estas alrnas, considerando que a salvaçao de hurna so recorn– pensa exuberanternente rneus sacrificios, rneus trabalhos, e a rninha rnesrna vida. Estas sao as noticias pelas quaes V.S. tern se consolar espiritualrnente ern reflectir, que tantas almas, que pelo recebido bap– tisrno, estao gosando da bernaventurança, hao de se lembrar de V.S., que corno fundador deste lugar foi tambem cooperador da sua eterna felicidade. A crise politica, a ausencia de V.S. redusio problematica a estavel perrnanencia desta povoaçao, na certeza de que se eu faltara, estava tudo acabado. Esta duvida desanimou os Indios na sua progressiva plantaçao de café e algodao, corno ja tinha principiado; e ern quanto nao houver mais solida firmeza, vao tendo mao a vida, occupando-se em serviço de rnachado, em rnanter as ditas plantas, em caça, em pesca, em cultivar mandioca, e outros vegetaes necessarios ao humano sus– tento. Respeito a educaçao moral e civil destes Indios nao posso esten– der minhas vistas acima da capacidade delles, e fora dos lirnites destes bosques, pois a experiencia me tern feito ver, que fora daqui ficao cheios de vicios, voltao vadios e mestres de impiedade; tal he a escola do se– culo, bern diverso da pratica de corno se considera na theoria. Quando for tempo lhe darei ulteriores noticias, e no entretanto eu nao cessarei de dirigir rneus votos ao Céo para a felicidade e vida de V.S. que amo com ardentissimo affecto, e de que sou de V.S., Illrn. Senhor Balthazar. Fr. Ludovico de Leorne, Capuchino. S. Pedro de Alcantara, 21 de Outubro de 1829. 3 Illrn. Sr. Balthazar. A seu tempo escrevi a V.S. em resposta da sua respeitavel carta, dando-lhe em succinto as noticias deste seu estabeleci– rnento. O rneu dever me chama agora a replicar-lhe a presente acom– panhada do mais vivo prazer, o qual deve ser reciproco por ver reali– sado o projecto de V.S. em beneficio do Estado e da publica utilidade. Por tanto participo a V.S. que esta estrada, faz poucos rnezes, esta novarnente aberta, e neste pouco tempo tem vindo dos Sert6es para Ilhéos tres boia– das, e varios negociantes com differentes objectos, para experimentar seus negocios, os quaes teern regressado rnuito satisfeitos pela cornrno– da visinhança, e facilidade de obter em poucas semanas o que lhes custava alguns mezes pela estrada geral de Bahia. Nao lhe tenho escripto antes porque o resultado até agora estava ern duvida. Esta po– voaçao de Indios, que V.S. estabeleceu neste centro, tem contribuido rnuito ao born successo desta nova abertura, pois a todos tern dado auxilio, e alguns nestes bosques desertos teriao passado risco da propria vida, se nao tivessern achado o arnparo deste lugar. Tenho hospedato todos estes passageiros do rnelhor modo possivel, tendo feito com estes Indios huma casa, e hurn pasto grande na beira da estrada a rnargern deste rio, tenho feito plantar rnandioca bastante, e milho, a firn de prevenir as
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