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490 APPENDICE II incontinencia, sustentada pela libertinagem, e apadrinhada pelo philo– sophismo. Homens que influirao nisto. - Entre os que mais se distinguirao com a sua inflencia para o cazamento dos Padres, publicando os seos escriptos com os seos nomes nellas assignados, teve a primazia o Padre Diogo Antonio Feij6, Deputado pela Provincia de S. Paulo, e hoje Se– nador do Imperio, que nao s6 sustentou de viva voz na Camara dos De– putados a indicaçao do seo Collega França, corno tambem por escripto no seo voto separado, e em duas brochuras, que publicou contra os que a impugnarao, e ainda continua na mesma mania pela celebre resposta, que a pouco deo ao Bispo de S. Paulo, que teve a fraqueza de consultar este grande Oraculo sobre se devia dispensar o seo Clero do impedi– mento canonico para poder contrahir o matrimonio appetecido pela turba anti-celibataria. Igoalmente, porem sem dar-se a conhecer pelo seo proprio nome, hum Ecclesiastico, que se assignava Amante da Uni– dade, nao se distinguio pouco espalhando folhetos atrevidos contra hum seo Irmao Sacerdote, e contra o muito honrado e Catholico, Venerando Nestor da Literatura Brasileira, o Ex.mo Visconde de Cairu, senador do Imperio. Alguns outros Padres ou mais timidos, ou menos descarados, nao deixarao de influir sem se darem a conhecer, talvez pela pouca espe– rança de conceguirem a coroa nupcial. 38. Lettere di p. Ludovico da Livorno al Juiz Conservador Balthazar da Silva Lisboa sulla catechesi condotta tra i Camacans, i Patach6s e i Mongoi6s del sud di Bahia. 1825-1831. Da Balthazar da SILVA LISBOA, A.nnaes do Rio de Janeiro VI, Rio de Janeiro 1835, 212-219. 1 Illm. Sr. Balthazar. - Recebo a honradissima carta de V.S., que quanto por mim consolativa, tanto tambem augmentadora de saudade de nao ter achado a V.S. nesta Capita!. Fico porém recompensado pela conjectura que faço de sua boa saude, e pela esperança de o poder ver algum dia. Respondo brevemente aos objetos de que V.S. me requer, e primeiro nesta vasta extensao de Oeste de Ilhéos, tenho achado s6 duas naç6es de selvagens: huma chamada Patach6, outra Camacan. Os Pa– tach6s se presentao em quantidade, e vao continuamente em roda do sitio que V.S. estabeleceu, e destes nao lhe sei dizer cousa alguma, porque nunca lhes pude fallar, nem ir perto delles, porque quando elles veem gente, se retirao, e fogem, nao sei se por medo, ou por traiçao, porque estao em continua inimisade com os Camacaes. Agora dos Camacaes s6 he, que posso assegurar a V.S. de nao ter descoberto em elles, prin– cipio nenhum nem de Religiao, ou Culto, nem conhecimento de Deos, nem idéa de divindade, nem de immortalidade da alma, tudo vai em elles em linha parallela com os brutos, nem outro cuidado elles teem, que de con– servar e defender a propria vida, e de se reproduzirem, é por isto he, que s6 se occupao em caçar, plantar legumes, procurar fructas e licores sil– vestres, estar sempre em desconfianças, e defezas dos ataques dos seus inimigos, se copular com mulheres indefinitamente, fora porém das con– saguineas ao primeiro grao, de mais a sua vida nao he que ir vagando,

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