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DOCUMENTI 487 estrangeiros sem se intrometerem de sorte alguma em os negocios poli– ticos, sem nunca assinarem, sebem fortemente em estados, papel algum contra o Brasil ou brasileiros, e nem sequer haver mandado por um s6 dia os seus escravos a trabalhar nas trincheiras: é tao pueril esta adu– sida razao, que nao havera nesta provincia individuo algum que ainda por pouco pessoalmente os conheça, e se persuada em boa fé perante de Deus que elles fossem capazes de pegar com armas e irem publica– mente ao campo de batalha fazer guerra aos brasileiros. A arma pro– pria de seu estado religioso é a oraçao do manejo da qual contrairao vigorosa abnegaçao perante o céo e a terra, desde o momento em que se consagraram a Deus. Desta arma sim usarao eles sempre e continua– rao a usar ainda, rogando todos os dias a Deus para urna prosperosa saude e dilatada felicidade de S.V.I., S.I. Familia e de todo o imperio brasilico. A tercera razao pois de haverem eles feito a guerra aos brasilei– ros no pulpito, alem de ser falsa e calumniosa, tem em si demais urna impossibilidade. O primeiro acto da proclamaçao da Indipendencia do Brasil que se fez nesta provincia foi o publico rompimento que se ef– fectuou no dia 24 junho 1822 na villa de Caxoeira: nao ha quem ignore. Ora desso tempo pra ca até a sahida das tropas europeas e a entrada vitoriosa nesta cidade do exercito imperial, os PP. Miss. Ap. Italianos nunca pregarao um s6 sermao, nem doutrinal nem panegirico, nem na sua Igreja, nem em nenhuma outra desta cidade. Apareça quem testi– fique o contrario que visse algum deles pregar no dicto tempo, indique a Igreja, aponte o dia ou a solemnidade ou festejo que lhes encomendas– se algum sermao, e que algum deles ou aceitasse e pregasse ou que por certo ninguem affirmara. Se entao em todo o tempo os dictos PP. Miss. nunca pregarao, corno é que fizeram guerra no pulpito? Pode ser mais patente a falsidade e a calumnia? A quarta razao :finalmente que eles :fizeram a guerra aos brasileiros por meio do Confesisonario é igualmente falsa e calumniosa. Os que se lembrarao de tal acusaçao nao sao por certo desses devotos que se con– fessam muito e miudo. Os PP. Miss. Apo. ensinaram no confessionario e sempre ensinarao em qualquer parte do mundo a pura doutrina que ensina J esus Cristo no Evangelho, o respeito as publicas autoridades, a esacta observancia das leis do estado, a paciencia e a conformidade, a prudencia, a caridade com todas as mais virtudes morais. Convencidas assim com toda a verdade e clareza de falsas e calumniosas as razoes exspressas na dieta acta para a proscripçao dos dictos PP. Miss., fica por esta mesma refutaçao em legittima consequencia ventilado e solto o in– digno e injurioso corollario que pretende-se delas deduzir, isto é que a existencia nesta cidade ou provincia dos referidos PP. Miss. é perigosa e nociva. Tal é, Senhor, a breve justi:ficaçao, que em vista da dieta acta se deliberarao os representantes por hurnildernente corno sua justa defesa na augusta presença de V.M.I. Resta agora s6mente aos representantes o espressar com todo o obsequio a V.M.I. corno rnui epilogada apendice a sua justi:ficaçao, o quanto se reconhecem eles obrigados e agradecidos ao povo em geral desta cidade e provincia havendo mais que nunca nas atuais circumstancias claramente conhecido o respeito e a estimaçao, · que todas geralmente as qualidades de pessoas por sua bondade lhes professam.

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