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480 APPENDICE II e Indias nas suas Fazendas, pela conveniencia do trabalho e das man– cebias, outros tantos inimigos de casar com as Indias. Eu conheci hum branco perto a huma Aldèa bastantemente rico, a quem contava.o mais de sessenta filhos, sem nunca querer casar com nenhuma dellas, porque as deflorava, e quando ficava aborrecido, ou ellas prenhes as largava e se pegava com outra, e assim passou toda a sua vida. Do mesmo modo as Indias nao teem inclinaçao de casar com brancos, mas sim com ne– gros, ainda que captivos. Eis aqui unidos em Villa com os brancos, he viver toda a vida amancebados, e serem mais velhacos, porque o Indio nao torna do branco sena.o o vicio, e nao o que he virtuoso e honesto. Temos o exemplo em J erumoabo, que era Aldea de Indios, e se fez Villa de Indios e moradores. J a logo brigas: os moradores mortificando os Indios: os Indios em vista disso, muitos fugirao pelo mato, e os que fi– carao amigados, quem com negros e negras, quem com mulatos e mu– latas, quem com brancos, que parecia. huma gentilidade. Do que, meu Senhor, se segue, que em theoria estes planos sao excellentes; porém em pratica, em razao da natureza do Indio, nao produzem senao desor– dem. A natureza do Indio o inclina excessivamente para o mato, e a ser Gentio; por isso em pratica se conhece, que da liberdade que se concedeu a elles pelo novo directorio, de estar aonde lhe parecer com os mora– dores, he a causa de tornarem-se a encher os matos de Indios. Em quanto pois de proseguir depois de convertidos e aldeados a ser Missionarios delles, para isso temos tempo a fallar. Nao ha duvida que o Indio pela sua pouca memoria, e inconstancia na Fé carece para se conservar Christao e de bons costumes, de huma continua assistencia, e instrucçao do Missionario; com tudo, ou eu, ou o Padre Prefeito man– dara outro Missionario para continuar a dirigi-los, pois o ponto prin– cipal de presente he amansa-los, converte-los a santa F,é; porque a res– peito da continuaçao, se devera obrar conforme as circunstancias dos tempos, das licenças e provimentos que se derem de Sua Magestade, e do Senhor Arcebispo. Eis aqui o que presentemente me occore, de responder a carta de V.S. por seu regulamento, esperando as suas determinaçoes; pois me preso e glorio de ser de V.S., que Deos guarde por muitos annos. De V.S. o mais humilde venerador, Fr. Apolonio de Todi, Missionario Apostolico. Bahia, 20 de Dezembro de 1804. 35. Missioni ambulanti e attività costruttoria di p. Apollonia da Todi in altra lettera a Balthazar da Silva Lisboa. (s. d.) Da Balthazar da SILVA LISBOA, Annaes do Rio de Janeiro VI, 193-206. Ill.m. Sr. Desembargador e Conselheiro de Sua Magestade, Bal– thazar da Silva Lisboa. As informaçòes que V.S. Illma. mostrou tanto desejo de saber, sou a dizer, que no anno de 1779 cheguei a Lisboa; no anno de 1780 a Bahia; no anno de 1781 fui mandado a missionar na Freguezia de Iguape, neste anno chegou o Exm. Sr. Arcebispo D. Fr. Antonio Correa. No de 1782 Sua Exa. Reverendissima pedio ao Reve– rendissimo Sr. Padre Prefeito Fr. Luiz de Bolonha, que voltou para a sua terra, e morreu na Cidade de Modilhana em grande conceito, que
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