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UMA CASA DE CAPUCHINHOS ITALIANOS EM LISBOA 265 ia para a campanha, os capelães pediram a Dom João IV que os dei– xasse habitar o pequenino e abandonado Hospício dos italianos. Assim lhes foi concedido e, acabada a guerra, os Religiosos franceses ali fica– ram, tendo depois construído aí um novo edifício"º. Ficamos pasmados perante este acervo de falsidades históricas, transmitidas à Santa Sé pelo fogoso Capuchinho genovês, de quem difícilmente se poderá dizer que o fez por ignorância, por muito atrevida que esta seja. Atrás ficou suficientemente elucidado que Capuchinhos italianos, em 1644 e 1645, estiveram uns seis ou sete meses hospedados na ermida de Santo Amaro, mas não tinham licença, nem dos seus Superiores, nem das autoridades civis, para fundarem aí Convento. III. - CAPUCHINHOS ITALIANOS INSTALAM-SE NA ERMIDA DA PIEDADE (Abril a Julho de 1646) A 27 de Março de 1646 chegou a Lisboa outro grupo de Capuchi– nhos italianos. Eram os Padres Zacarias de Finale, Gregório de Ástí e Próspero de Réggio, com os Irmãos Fr. Inácio de Valsássina e Fr. Francisco de Licodia, enviados pela Congregação da Propaganda Fide para a índia Oriental e pertencentes a diversas Províncias. O Padre Zacarias era da de Génova, o Padre Próspero da de Bolonha, o Padre Gregório devia ser da do Piemonte, Fr. Inácio da de Milão e Fr. Fran– cisco da de Siracusa; estes dois últimos e o primeiro eram súbditos da Espanha, o que havia de prejudicar a pretensão destes Religiosos. O Bispo indiano Dom Mateus de Castro voltou de Roma para a sua terra em 1639, com licença de levar do Próximo Oriente, por onde passaria, alguns Capuchinhos franceses, que aí missionavam. Em Ale– po deram-lhe os Padres Zenão de Baugé e Pedro de Piviers, com o Irmão Fr. Estêvão de Châtellerault. Chegados a Goa em fins de 1639, o Governador interino António Teles da Silva tratou-os bem, mas disse-lhes que não poderiam ali fi– car, por o proibirem ordens expressas do Rei de Portugal. Responde– ram os frades que tencionavam seguir para terras de infiéis, não sujeitas à autoridade portuguesa; o Governador retorquiu-lhes que também isso estava proibido e o único, que podia fazer-lhes, era dei- GO Arq. da Propaganda, Africa e Congo, vol. 2, f.435r-v. Estes dizeres estão resumidos em E. DE JoNGHE & Th. SrMAR, ob. cit., 148-149. Nem vale a pena lembrar que os Capuchinhos só foram por vez primeira para o Congo em 1645, a guerra ele Portugal com a Espanha começou em fins de 1640, Fr. Francisco ele Pamplona nunca viu decerto o Duque de Aveiro, nem cmno frade esteve em vez alguna en1 Lisboa; o Padre Roque de Génova 1norreu en1, 1660 no Hospício dos Capuchinhos franceses, etr,...

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