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FRANCISCO LEITE DE FARIA, 0.F.M.Cap. TENTATIVAS FRUSTRADAS PARA UMA CASA DE CAPUCHINHOS ITALIANOS EM LISBOA Portugal foi até ao século em que vivemos a única nação católica da Europa, em que os Capuchinhos não tiveram Província ou Comissa– riado formado por Religiosos naturais do país. É difícil de se acertar com a razão deste caso estranho. Nos fins do século XVI e princípios do século XVII tinha essa nação numerosos Franciscanos, que formavam cinco Províncias, a de Portugal e a dos Algarves, de Franciscanos simplesmente Observantes, e as da Piedade, da Arrábida e de Santo António, de Franciscanos da mais estricta Observância, que eram conhecidos com o nome de Capuchos. Na Espanha e na: França tambén havia muitos Franciscanos, e isto não impediu os Capuchinhos de se estabelecerem e espalharem nessas duas nações, chegando a constituir na primeira, até à metade do século XVII, cinco Províncias com 1775 Religiosos, e na segunda, até à mesma data, dez Províncias com 5978 Religiosos. Até na peque– nina Bélgica, onde os Franciscanos eram igualmente numerosos, havia desde 1616 duas Províncias de Capuchinhos 1 • O facto de haver muitos Franciscanos em Portugal na época in– dicada fazia prever, é certo, quezílias durante a introdução dos Ca– puchinhos, mas não explica que, para essa introdução, se não tenha feito nenhuma tentativa. Estes Religiosos, se se tivessem introduzido em Portugal, teriam vindo da Espanha, única nação vizinha. Entre estas duas nações houve animosidade muito acentuada e podia passar-nos pela idéia que fosse esse o motivo, por que os Capuchinhos espanhóis nada fizeram para estabelecer a sua Ordem em Portugal. 1 Lexicon Capuccinum, Romae 1951, cols. 657, 759 e 184. - Nas notas que seguem as abre– ·viaturas SRCG e MMA indicam Scritture riferite nelle Congregazioni generali, secção do Arq. da Propaganda Fide, em Roma, e Monumenta Missionaria Africana, colectânea de documentos •·sobre as missões em Angola e S. Tomé, de que se citam com frequência os vols. 8 e 9.