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História que escreveu dos seus confrades no Maranhão e Pará, chama aos primeiros Capuchinhos que foram para essa região virtuosos e apostolicos varões, exemplares servos de Deus e sera– phicos missionarias ( 213 ). Ainda que inimigos dos Franceses que escorraçaram do Mara– nhão, os Portugueses não escamotearam elogios à virtude dos Capu– chinhos da Província de Paris, que sem dúvida foram os primeiros missionários daquela região. Escreveu-se que antes deles missionou aí o leigo Capucho Fr. Francisco do Rosário (" 1 · 1 ), mas se bem não saibamos ao certo quando este frade foi para o Maranhão, isso aconteceu bastante depois de o terem deixado os Capuchinhos franceses; Frei Jaboatão, que como cronista dos Capuchos do Brasil o devia saber melhor do que ninguém, af:rmou que Fr. Francisco só foi para o Maranhão com Fr. Cristóvão de Lisboa em 1624, e não antes ( 215 ). Deste Fr. Francisco já em 1666 Jorge Cardoso, informado pelo Capucho Fr. Sebastião do Espírito Santo, escreveu que tinha composto em português um livro sobre os ritos, costumes ,S pouoaçõe-s dos índios do Maranhão e um catecismo na língua do Brasil ( 216 ), livros que ainda não foram encontrados. Sintomático é que do Capuchinho Fr. Francisco de Bourdemare se tenha também dito que escreveu um livro sobre os povos do Brasil, isto é, do Maranhão, pois o frade não conheceu outra parte do Brasil, e sobre os costumes e ritos dessa gente. Não terá havido confusão entre o Capucho português Fr. Francisco e o Capuchinho francês Fr. Francisco? É já tempo de darmos remate a este estudo que com tanto cari– nho dedicámos aos primeiros Capuchinhos do Maranhão. Lamenta– mos não termos podido esquadrinhar, no Arquivo de Simancas, os documentos referentes às relações com a França, de 1612 a 1618 e a secção de Guerra Antiga, nos anos de 1613 a 1615, no Arquivo do Vaticano a secção da Nunciatura de França durante estes mes– mos anos, e no Arquivo Nacional de Paris, onde é tão difícil orien- ( 213 ) CANDIDO MENDES DE ALMEIDA, ob. cit., l, pp. 51, 73 e 76. ( 214 ) FR. APOLLINARIO DA CONCEIÇÃO, Primazia serafica na Re– giam da America, Lisboa, 1733, p. 117. ( 215 ) FR. ANTONIO DE SANTA MARIA JABOATÃO, ob. cit., II, pp. 113-126. (c 10 ) GEORGE CARDOSO, Agiologio Lusitano, Lisboa, 1666, pp. 850-851. 166 [84]
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