BCCCAP00000000000000000000536

O Padre Ivo de ~vreux, depois de voltar do Brasil, não ocupou cargo algum na Província dos Capuchinhos de Paris. Seria isso motivado pela sua pouca saúde, que lhe não impediu de publicar em 1615 um volumoso livro sobre o Maranhão, como vimos atrás, ou precisamente por ter editado essa obra, a qual não agradou às auto– ridades? Não o sabemos. Em 1629 os conventos da Normandia se– pararam-se da Província de Paris, constituindo nova Província, e nela decerto se filiou o Padre Ivo, que era normando. O antigo missionário do Maranhão é provàvelmente o Padre Ivo Capuchinho que, em 1618 e 1619, teve com o protestante João Maximiliano de Baux, Senhor de Langle, natural também de Nor– manville, junto a Évreux, e pastor em QuevJly, controvérsias então muito faladas. Sobre elas publicara o Capuchinho um escrito e em 1618 respondeu-se-lhe com o folheto intitulado Supplément néces– saire à l'Escript que le Capucin Y ves Prédicateur à Sant-Eloy a fait imprimer touchant les Conférences entre luy et Jean Maximi– lien Delange, Ministre à Quevilly. A 24 de Abril de 1619 o Parla– mento de Ruão convocou o Padre Ivo, acusado de ter dado ocasião a alvorotos em Quevilly. Do púlpito duma igreja daquela cidade o Capuchinho anunciara que iria a Quevilly, onde havia pregações dos protestantes; muito povo o seguiu e pouco faltou para haver grandes alvorotos entre os fiéis das duas religiões. Repreend:do no Parlamento, o Padre Ivo prometeu não voltar a Quevilly, se o Ar– cebispo lho proíbisse, mas vincou que deste tivera licença para o que fez, no que se deixou apenas guiar pelo zelo da salvação das almas. O Vigário Geral da Arquidiocese, que estava presente, res– pondeu que o Arcebispo lhe não dera tal licença e proib:u-lhe que voltasse a Quevilly; o Capuchinho prometeu obedecer, mas não dei– xou de salientar a quem se devia atribuir a culpa do que acontecera. A 8 de Abril de 1620 o Parlamento de Ruão, talvez para desagra– var em certo modo o Padre Ivo, impôs a multa de cinquenta libras a David Jeuffroy, por ter editado sem licença o folheto acima refe– rido ( 181 ). UBALD D'ALENÇON, art. cit., pp. 57 e 665-666. Sobre o Padre Arcanjo ve– ja-se também o Dictionnaire d'Histoire et Géographie ecclésiastiq11e, III. col. 1357. ( 1ª1) EDOUARD D'ALENÇON. ob. cit., pp. 46-52 e FERDINAND DENIS, ob. cit., pp. 50-51. 158 [76]

RkJQdWJsaXNoZXIy NDA3MTIz