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e.m fins de 1618; Francisco Caldeira de Castelo Branco fora violen– tamente deposto pelos rebeldes, os índios cercavam a povoação de Belém no Pará, juntou-se logo a seguir a revolta dos índios do Ma– ranhão e o governo de Lisboa, recebendo essas alarmantes notícias e sabendo talvez que na França se preparava nova expedição para a conquista daquelas regiões, julgou conveniente prender La Ravar– diere ( 109 ). Se como se escreveu, foi então também preso em Lisboa Carlos Des Vaux, que morreu na cadeia ( 110 ), melhor ainda se compreendem as desconfianças do governo português. Em 1621 Matias de Albuquerque recebeu de Portugal o aviso de que La Ravardiere, de conluio com os Holandeses, tencionava atacar a capitania de Pernambuco ( 171 ) e, se isso é verdade, já o francês se não encontrava na prisão. A 27 de Novembro de 1624, Luís XIII nomeou-o seu Lugar-Tenente General na América, desde o Maranhão até à Ilha da Trindade, para onde se aprestava a par– tir com uma expedição, quando o seu associado Renato de Fallensat de Londrieres, governador de Arrochela, levantou a bandeira da revolta, capturando em 18 de Janeiro de 1625 uma armada real em Port-Lou:s, na Bretanha ( 172 ). Começou então contra os protes– tantes de Arrochela a guerra, que só terminou em 1629, e perde– ram-se os rastos de La Ravardiere, que mu:to trabalho baldado des– pendeu para que os seus compatriotas se estabelecessem permanen– temente no Maranhão. Em 1618, portanto, esse francês ocupava-se em Lisboa com requerimentos referentes ao Brasil, ao mesmo tempo que Rasilly em Paris, fundamentado numa generosa resolução de Luís XIII, suplicava que lhe dessem meios e poderes para reconquistar o Mara– nhão. ( 169 ) FR. AGOSTINHO DE SANTA MARIA, Santuario Mariano, IX, Lisboa, 1722, p. 378 e MATHIAS C. KIEMEN, ob. cit., pp. 21-22 com a biblio– grafia indicada nas notas. ( 17 º) CH. DE LA RONCIERE, ob. cit., IV, p. 360. ( 17 1) Documentos para a História do Brasil e especialmente do Ceará, I. pp. 290. (17 2 ) CH. DE LA RONCIERE, ob. cit. IV, pp. 361-362. No Arq. do Qual d'Orsay, Mémoires et Docrtments, Amérique, vol. 4, ff. 60--64 está uma cópia da nomeação de La Ravardiere para Lugar-Tenente General do Amazonas à Ilha da Trindade. 154 /72]

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