BCCCAP00000000000000000000536

chinhos franceses, aumentada com a satisfação que sentiam por os Capuchos portugueses lhes saberem a língua. O Rei de Portugal, tendo examinado aquele e outros pedidos e pareceres referentes ao Maranhão e Pará, decide em 29 de Novem– bro de 1615 que a conversão dos gentios dessas regiões se enco– mende aos Religiozos da ordem de sam Francisco que em compa– nhia de Jer,onimo de Albuquerque farão ao descubrimento dellas ... e que para os aver em numero bastante... se funde logo hum Mos– teiro delles no forte principal do Maranhão ( 1 ºº). Em seguimento desta decisão régia foram para o Pará os quatro acima indicados Capuchos da Província de Santo António de Portugal. Era então frequente chamar Capuchinhos aos Capuchos, principalmente da Província de Santo António, mas nenhum documento absolutamente nenhum, serve de base à afirmação de que se tratava de Capuchi– nhos franceses, disfarçados com nome português. Do mesmo modo nenhum documento insinua que Capuchinhos franceses tenham ido para Porto Seguro em 1614 ou 1615. Fidélis M. de Primério fala duma tradição, segundo a qual se refugiaram em Porto Seguro dois frades franceses, os qua's podiam ser os dois deixados pelo Padre Arcanjo no Maranhão; o mesmo autor, com Modesto Rezende de Taubaté, escrevera anos atrás não ter provas cabais de que, quando os Capuchinhos se retiraram do Maranhão para França em 1614, dois se refugiassem em Porto Seguro, como alguém afirmou ( 157 ). Não sabemos quem afirmou tal, antes desses dois autores, e fiado apenas neles Metódio da Nembro escreveu que, segundo uma tradição permanente, Capuchinhos franceses estiveram então em Porto Seguro. Apenas encontrámos em Pizarro e Araujo que um Capuchinho francês, em 1681, ao atravessar o território da futura freguesia de Caravelas, em Porto Seguro, baptizou muitos adultos e fez construir uma capelinha, dedicada a Santo António e destruída em I624 pelos Holandeses, que então eram senhores da ( 156 ) Arq. Histórico Ultramarino, cód. 1192, f. 149 v, à margem da con– sulta do Conselho da Fazenda, de 11 de Agosto de 1615. ( 157 ) FIDELIS M. DE PRIMERIO, ob. cit., pp, 36-37 e MODESTO REZENDE DE TAUBATE e FIDELIS MOITA DE PRIMERIO, ob. cit., p, 31. 150 {68}

RkJQdWJsaXNoZXIy NDA3MTIz