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rios do Maranhão, nessa data e fora da sua Província de Paris, explica-se melhor, se eles acabassem de desembarcar num porto da Bretanha, vindos do Brasil pela Espanha; os outros dez companhei– ros já se encontravam decerto desde Maio de 1615 em Paris, onde iriam apresentar-se ao Provincial, e uma viagem de dois deles à Bretanha em Junho de 1616 não parece muito provável. O Padre Celestino era o único companheiro do Padre Arcanjo que, antes de ir para o Bras:l, tinha sido várias vezes guardião e, por isso, conviria tê-lo lá deixado como Superior. O Padre Fran– cisco de Bourdemare conservou até morrer um desejo veemente de voltar para o Maranhão e teria escrito um livro sobre o que lá vira e sobre os costumes dos Índios; tanto entusiasmo melhor se explica se o frade esteve no Brasil um ano e meio e não, apenas, uns escas– sos seis meses. Por isto, dissemos atrás que provàvelmente os últ> mos Capuchinhos franceses do Maranhão foram os Padres Celes– tino de Bouteville e Francisco de Bourdemare. O que antecede está devidamente comprovado pelos documen– tos que indicamos em rodapé e já não valeria a pena refutar os que insinuaram ou disseram terem ficado no Brasil alguns Capuchinhos franceses que, adoptando nome português, foram trabalhar para o Pará ou para Porto Seguro, ao sul da Baía. Detenhamo-nos uns momentos, porém, para que no estrangeiro não apareça outro autor a repetir tais coisas ( 154 ). A 28 de Julho de 1617 desembarcaram na nova povoação de Nossa Senhora de Belém, no Pará, quatro Capuchos portugueses, os Padres Fr. António da Merciana, Fr. Cristóvão de S. José. Fr. Sebastião do Rosário e Fr. Filipe de S. Boaventura. Vinham eles directamente de Portugal, para onde os pedira Francisco Caldeira de Castelo Branco, primeiro capitão-mor do Pará; este, em documento que contém a lista do que precisava, escreveu: Primei– ramente religiozos para a conversão das almas, de que ha centenas de milhares; mostranse affeiçoados a capuchos pello que delles lhes dizem os lndios do l\Jaranhão ( 155 ). Podemos admitir que estes índios assim falassem, pela boa impressão que tinham dos Capu- ( 15 ·1 ) METODIO DA NEMBRO, ob. cit., p. 52 e os autores que cita nas notas 102 e 103. (155) Arq. Histórico Ultramarino, Papéis avulsos do Pará, 1615. Sobre este caso veja-se MATHIAS C. KIEMEN, ob. cit., p. 18. /67} 149

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