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nada sabemos de qualquer decisão tomada sobre os Franceses do Maranhão, que a esperavam ansiosamente. Os dois Capuchinhos que lá ficaram e eram provàvelmente os Padres Celestino de Bou– teville e Francisco de Bourdemare, ocupavam-se decerto com tra– balho missionário na Ilha Grande do Maranhão; não deviam ter muita comunicação com os Capuchos portugueses, instalados na Terra Firme, e se tiveram alguma, foi amigável. Assim continuava a situação, quando a 1 de Novembro de 1615, antes de expirar o ano das tréguas, se apresentou diante do Forte de S. Luís uma armada de nove navios com bastantes cente– nas de homens, comandados por Alexandre de Moura, que saíra de Pernambuco a 5 de Outubro. Os Franceses, que desde o dia anterior se encontravam cercados pelas forças de Jerónimo de Albu– querque, não impediram que os homens de Alexandre de Moura desembarcassem na Ilha Grande e ocupassem sem combate a Ponta de S. Francisco, onde se entrincheiraram com rapidez. Nessa impro– visada fortificação, chamada Quartel de S. Francisco, apresentou-se no dia 2 de Novembro La Ravardiere, para dizer que estava prestes a entregar o forte de S. Luís. No dia seguinte à tarde foi ocupado esse forte pelas tropas de Alexandre de Moura e de Jerónimo de Albuquerque, tendo-se comprometido o chefe francês a entregá-lo com toda a artilharia, munições e petrechos. Ainda que a sua valen– tia não devia ser muito grande, o facto de assim tão fàcilmente se ter rendido, sem ao menos fazer uma resistência simbólica, indica que os Franceses estavam completamente desmoralizados. Os dois Capuchinhos comunicaram-se então com os Capuchos portugueses e ficaram, nova e mutuamente, muito bem impressiona– dos com a austeridade e virtudes de uns e de outros; se assim não fosse, Fr. Vicente do Salvador não teria afirmado isso, como o disse ( 147 ), ainda que própriamente talvez se refira ao encontro do ano anterior, no forte de Santa Maria, perto de Guaxenduba. Também tiveram comunicação com dois Jesuítas que acompa– nhavam as tropas de Alexandre de Moura; um deles, o Padre Manuel Gomes, em carta que pouco depois dirigiu ao seu Provin– cial do Brasil, escreveu o seguinte: Quando chegámos a este forte de S. Luiz, nos agazalhámos com os Religiosos Francezes de S. Francisco ... Eu os mandei visitar logo que chegámos, com o me- ( 147 ) PR. VICENTE DO SALVADOR, ob cit., p. 477. 146 [64)

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