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O Capucho Fr. Vicente do Salvador escreveu em 1627 que La Ravard:ere, nesta visita que fez ao acampamento dos Portugue– ses, viera acompanhado pelo capitão Du Prat, pelo Padre Arcanjo com mais três frades companheiros seus e por outros Franceses ( 142 ). Esta informação foi-lhe dada decerto pelos confrades que se encon– travam com os Portugueses, aquando do combate de Guaxenduba. Com Jerónimo de Albuquerque, de facto, tinham vindo de Pernambuco, como capelães da tropa, dois Capuchos portugueses da Custódia do Brasil, os Padres Fr. Cosme de S. Damião e Fr. Manuel da Piedade. Receberam estes os três Capuchinhos france– ses com requintes de amabilidade. Leram e traduziram do latim a obediência ou patente, escrita pelo Provincial Honorato de Paris e dirigida ao Padre Arcanjo; pena é que Campos Moreno a não tenha transcrito na sua relação, como fez com o documento assinado em 1 de Fevereiro de 1614 pelos Reis de França e também apre– sentado pelo Padre Arcanjo. Este documento foi traduzido por Campos Mareno, sinal de que os Capuchos não percebi,,m o francês. Além desta cerimónia, que podemos chamar oficial, houve na palhota-capela dos frades portugueses bênção com outras funções religiosas. Ao fim de tudo, os Capuchinhos franceses, deixando de si óptima impressão e sentindo-se muito bem impressionados com os religiosos portugueses, atravessaram com La Ravardiere a baía que separava os dois acampamentos e acolheram-se ao forte de S. Luís. O Padre Arcanjo, considerando que os seus não podiam con– tinuar muito tempo no Maranhão, enviou aos Capuchos portugue– ses, para a capela que estes fizeram construir e dedicaram a Nossa Senhora da Ajuda, o frontal e a casula bordados e oferecidos pela Duquesa de Guise; remeteu-lhes também os três retábulos de exce– lente iluminura, uns e outros atrás indicados. A 5 de Dezembro o sargento-mor Diogo de Campos Moreno visitou o forte de S. Luís. Dirigiu-se primeiro ao convento dos Capu– chinhos e o Padre Arcanjo, depois de dizer Missa, mostrou-lho, fazendo-lhe ver o refeitório, as celas, uma nascente de água que ali tinham descoberto e as alfaias de igreja trazidas de França; em seguida entreteve-se a falar com ele. Contou-lhe como tinha acon- (142) FR. VICENTE DO SALVADOR. História do Brasil 1500-1627, S. Paulo, s. d. [1931]. p. 476. 142 [60}

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