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Buraco das Tartarugas. Ele não os viu, mas ouviu depois dizer que havia no Maranhão dois desses frades v:ndos anteriormente que, com os que se lhes juntaram chegados em 1614, perfaziam o número de vinte. Concluiu, portanto, que pelo Buraco das Tarta– rugas passaram dezoito e assim o escreveu na Breve Relação da Jornada da Conquista do Maranhão. Berredo estampou em 1749 que Campos Moreno encontrara no Convento dos Capuchinhos franceses do Maranhão vinte mis– sionários, dos quais era Superior o Padre Arcanjo, chegado meses antes com dezassete religiosos seus ( 139 ). Não há dúvida que este autor se guiou pela relação de Campos Moreno, pois cita-a entre as obras que consultou e diz que ela se encontrava na Livraria do Conde da Ericeira; ora é nessa obra que se lê a referida afirmação de La Ravardiere. Modernos historiadores do Brasil dizem também que os frades chegados ao Maranhão em 1614 eram dezoito; assim o escreveram Southey, Galanti e Rocha Pombo ( 110 ), mas o seu testemunho fun– da-se apenas na relação de Campos l\1oreno e este, como vimos, não tem outro fundamento senão a afirmação de La Ravardiere, copiada por Jerónimo de Albuquerque. Pela mesma afirmação se deixaram ludibriar dois historiadores Capuchinhos recentes, Fidélis M. de Primério e Metódio da Nembro, e escreveram que em 1614 dezoito missionários franceses chegaram ao Maranhão ( 111 ). Jul– gamos ter demonstrado superabundantemente que esses missioná– rios foram doze e que a afirmação do chefe protestante francês se não pode admitir. Arrumado este caso, voltemos ao relato dos acontecimentos. No armistício de 27 de Novembro de 1614 determinara-se que, no dia seguinte, La Ravardiere e o Padre Arcanjo iriam ao acampa– mento dos Portugueses para mostrar os documentos que os auto– rizavam a estar no Maranhão. Assim se fez e o Capuchinho veio acompanhado por dois confrades, que Campos Moreno nos não disse quem eram. (13 9 ) B. P. DE BERREDO, ob. cit., p. 157. ( 14 º) R. SOUTHEY, ob. cit., II, p. 108. R. M. GALANTI, ob. cit.. ,, p. 389 e JOS~ FRANCISCO DA ROCHA POMBO, História do Brasil, V, Rio de Ja– neiro, s. d., p. 28. ( 141 ) F. M. DE PRIMERIO. Cap11chinhos, etc., pp. 34-36 e METODIO DA NEMBRO, ob. cit., p. 45. /59} 141

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