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tugueses não tinham cirurgiao e La Raverdiere enviou~lhes, para lhes tratar os feridos, o francês De Lastre que num opúsculo, de que decerto é o autor, escreveu nunca ter visto gente tão honrada como aqueles Portugueses ( 131 ). A reviravolta da atitude de La Ravardiere, além de ser causada pela cortesia do adversário, teve também por motivo as instâncias dos Capuchinhos, cujo ideal era conservar a paz, e os pedidos dos próprios Franceses, que deviam sentir-se desanimados e sem esperança de que o governo de Paris os ajudasse. Não admira, por– tanto, que a 27 de Novembro se assinasse uma suspensão de armas, válida por um ano, para dar aos Reis da França e da Espanha tempo de resolverem este litígio. Ficou ajustado que dois emissários, um português e outro francês, iriam a Madrid e outros dois, um igual– mente português e o outro francês, iriam a Paris para explicarem a nova situação e pedirem providências. De 20 a 29 de Novembro ouviram-se no Forte de Santa Maria as deposições de vários prisioneiros franceses, para se saberem notícias que se comunicariam aos chefes supremos da metrópole e do Brasil; essas deposições, escritas por um tabelião, foram assina– das pelos que as fizeram e delas se conserva a tradução espanhola, feita em Madrid a 11 de Julho de 1615 ( 13 ~). Vejamos o que nelas se lê sobre os Capuchinhos. Estêvão Marichal ( 133 ) disse ter vindo na nau Le Régent com vinte frades Capuchinhos, que tinham no Maranhão um convento ainda não acabado; Noel de la Mota afirmou que naquela nau vinham oito Capuchinhos, pouco mais ou menos. Segundo Binarte, o capitão Du Prat trouxe doze Capuchinhos, dois clérigos e as três mulheres dos índios do Maranhão; esta testemunha tem mais valor do que as anteriores, pois disse ter ouvido certas circunstâncias ( 131 ) Histoire veritable de ce qui s'est passé de novveav entre les François 8 Portugais en l'lsle de Maragnon, Paris, 1615, segundo a reedição que se fez nos Documentos para a História... da Costa de Leste-Oeste do Brasil, p. 167. ( 1 32) Foi publicada nos Documentos para a História elo Brasil e especial– mente a do Ceará, I, pp. 169-183 e nos Documentos para a História ... da Costa de Leste-Oeste elo Brasil, pp. 105-118, segundo um manuscrito do Arq. Geral de índias em Sevilha. ( 1 3 3 ) Apesar de estropeada pelo notário português ou pelo tradutor espa– nhol, conservamos a escritura dos apelidos franceses, conforme se lê na edição destes depoimentos. j55] 137
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