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Seará e chegaram à Terra Firme, diante do Forte de S. Luís, em 26 de Outubro de 1614. O poder dos quinhentos Portugueses era mais fraco, sem dúvida, do que o dos Franceses, que defendidos no Forte de S. Luís, dominavam as comunicações por mar ( 124 ). O navio Le Régent, depois dos fracassados desembarques junto aos presídios do Seará e do Buraco das Tartarugas, chegara ao Maranhão em 22 de Junho e os doze Capuchinhos desembarcaram no dia seguinte, cantando o Te Deum em acção de graças. Verifi– caram logo que a situação da colónia francesa não era brilhante: havia divisão entre os chefes, isto é, La Ravardiere e Pézieu não se entendiam, e a missão não tinha actividade nenhuma, pois o Padre Arsénio estava com os membros tolhidos e o Padre Ivo, também paralítico, embarcara para França. Os missionários recém-chegados puseram-se logo ao trabalho: uns foram para as aldeias dos índios, onde faziam ofício de párocos ( m), e outros, dirigidos pelo Padre Arcanjo, ocuparam-se em fazer construir de maneira sólida o Con– vento de S. Francisco, assim como o Seminário para índios e Fran– ceses, servindo-se dos artífices que tinham trazido da França. Do documento donde extraímos o que acabamos de dizer con– clui-se que os novos missionários não encontraram no Maranhão o Padre Ivo de Évreux. Este, contudo, na dedicatória do livro Svitte de l'Histoire des Choses plvs memorables adueniies en Ma– ragnan, endereçada a Luís XIII, diz que viveu dois anos no Mara– nhão; na Advertência ao Leitor, repete ter estado no Maranhão dois anos que afirma terem sido completos, ao passo que o Padre Cláu– dio antes de escrever o seu livro, apenas estivera quatro meses. Ora em 23 de Junho de 1614 ainda não fazia dois anos que o Padre Ivo estava no Maranhão; esse prazo só se completava no seguinte ( 12 · 1 ) Para este resumo servimo-nos dos citados Documentos para a História do Brasil e especialmente a do Ceará e dos Documentos para a Hfatória ... da Costa de Leste-Oeste do Brasil, assim como da Jornada do Maranhão por ordem de S. M. feita o anno de 1614, composta pelo sargento-mor Diogo de Campos Moreno e publicada na Collecção .. ., vol. cit. CÂNDIDO MENDES DE AL– MEIDA, Memorias para a Historia do extincto Estado do Maranhão, II, Rio de Janeiro, 187-1, pp. 159-265 publicou novamente esta Jornada, de que muito se tinha servido BERNARDO PEREIRA DE BERREDO, Annaes Historicos do Estado do Maranhão, Lisboa. 1749. Ignora-se o paradeiro do manuscrito original da Jornada, que no século XVIIII estava na Livraria do Conde da Ericeira. ( 125 ) Ver ao fim o doe. n.º XII. 134 [52]

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