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Fr. Arcanjo que se assinava como Comissário Provincial das índias Ocidentais ( 123 ). Os Portugueses fundaram os dois citados presídios, corno pon– tos de apoio para impedir os Franceses de se estenderem pela costa do Nordeste brasileiro e para os expulsar do Maranhão. O forte do Seará fora iniciado, em 1611 ou 1612, por Martim Soares Moreno, que para lá se dirigiu com alguns soldados e um sacerdote, decerto o Padre Baltasar João. Tendo v1ndo ordens de Portugal para se fundar outro presídio mais perto do Maranhão, o Governador do Brasil deu esse encargo a Jerónimo de Albuquerque, que antes de o fazer, se foi ajuntar com Martim Soares Moreno no Seará. Aí decidiram os dois que Soares Moreno iria correr primeiro a costa do Maranhão, para espreitar os Franceses, e depois do seu regresso Jerónimo de Albuquerque iria fundar o novo forte. No dia 12 de Agosto de 1613, Soares Moreno chegou ao Ma– ranhão, e conseguiu incendiar, na Ilha de Santa Ana, algumas palhotas dos Franceses; vendo-se perseguido por forças superiores, pôs-se à vela e os ventos levaram-no para a Ilha espanhola de S. Domingos, nas Antilhas, donde seguiu para Espanha. No entanto, Jerónimo de Albuquerque, vendo que Soares Moreno não voltava, fundou o forte do Buraco das Tartarugas, onde deixou quarenta soldados, e tornou para Pernambuco. O primeiro forte tinha a invocação de Nossa Senhora do Amparo e o segundo a de Nossa Senhora do Rosário. Entretanto, o capitão-mor de Rio Grande do Norte, Diogo de Campos Moreno, tio de Martim Soares Moreno, tinha ido a Por– tugal para expor a gravíssima situação do Nordeste brasileiro, onde os Franceses se tinham fortemente instalado. Voltou logo com o encargo de capitanear uma expedição contra esses Franceses, mas quando chegou a Pernambuco em 26 de Maio de 1614, já o Gover– nador tinha nomeado Jerónimo de Albuquerque para a chefiar. Diogo de Campos Moreno foi-lhe agregado com o título de sar– gento-mor e atribuições quase iguais. O primeiro foi por terra, à frente duns duzentos ou trezentos índios, e o segundo seguiu por mar com duzentos e sessenta Portu– gueses e uns quarenta índ'os. Ambos se reuniram no presídio do (12 8 ) Ver ao fim o doe. n.º VIII. {51] 133

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