BCCCAP00000000000000000000536

governo da França e que não havia meio de recuperar o muito dinheiro que com ela tinha perdido, retirou-se para o Piemonte, a fim de participar na guerra que ali se desenrolava e assim procurar esquecer o seu grande desgosto ( 1 º 1 ). Como atrás se disse, esta oposição à aventura do Brasil provinha das negociações para o casamento de Luís XIII com a Infanta Ana de Áustria, negociações a que se não quer:a criar dificuldades e que se concluiriam com esse enlace matrimonial, celebrado em Bordéus no ano seguinte de 1615. Apesar dessa oposição, partiu para o Maranhão o reforço que se viera buscar à França. O Padre Arcanjo, com os Capuchinhos que ainda não estavam no Hâvre, para lá se dirigiu em Fevereiro ou Março de 1614. Antes de embarcarem, foram decerto visitar o Mosteiro de Montivilliers; ao menos a 26 de Março desse ano a abadessa, com consent:mento do seu capítulo, deu aos Capuchinhos que iam para o Maranhão trezentas libras em dinheiro e víveres no valor de duzentos e oitenta, ao todo, quinhentas e oitenta libras ( 1 º 2 ). A 28 de Março de 1614 os doze Capuchinhos, os três Tupi– nambés com as suas mulheres e uns trezentos franceses embarca– ram no Le Régent, que no dia de Páscoa empreendeu a viagem para o Brasil ( 103 ). Acompanhavam-nos algumas mulheres para se casa– rem com Franceses do Maranhão. No anterior 10 de Fevereiro Beaulieu Bouju escreveu a Rasilly, que estava no Hãvre, a dizer-lhe que as meninas Viart eram públicas e não limpas, nem davam espe– rança de se comportrem bem no futuro, por isso ia ver se lhe arran– java outras ( 101 ). Em 20 de Agosto de 1614 o Governador do Bra– sil, segundo comunicações que recebera, participou ao governo português que o Le Régent levava mulheres para povoarem o Mara– nhão ( 105 ); um dos que então viajavam no barco e meses depois caiu prisione'ro no combate de Guaxenduba declarou terem vindo com ele duas beatas, além das três mulheres dos fndios ( 100 ). Não há dúvida, portanto, de que algumas Francesas foram em 1614 para (10 1 ) Ver ao fim o doe, n. 0 X. (102) Ver ao fim o doe. n.º II. ( 10 3) Ver ao fim o doe. n.º XII. (lO·l) Ver ao fim o doe. n.º V. (105) Ver ao fim o doe. n.º XIII. ( 1 º") Documentos para a História da ... Costa de Leste-Oeste do Brasil. p. 113. [45] 127

RkJQdWJsaXNoZXIy NDA3MTIz