BCCCAP00000000000000000000536

Geral. Assim se explicaria melhor a nomeação do Padre Arcanjo para Comissário Provincial em Setembro de 1613. O Superior Maior da Província, sendo Comissário Geral da missão, conservava o poder dominativo sobre os missionários e delegava-o no Comissário Provincial. Os religiosos, ainda que saissem do território da Pro– víncia e fossem para as missões, ficavam a pertencer à sua Provín– cia e a depender do mesmo Superior Maior. Desse modo conser– vava-se uma união mais íntima e um aspecto jurídico mais perfeito entre todos os frades duma Província. Quando de 1618 a 1622 se tratou de env:ar Capuchinhos para o Congo, também o seu Superior Maior teve o título de Comissário ( 87 ). Mais tarde, tendo a Propa– ganda Fide tomado a direcção das missões entre infiéis, nomeava para os missionários um Superior a quem dava o título de Prefeito; os Provinciais Capuchinhos queriam ser eles esses Prefe:tos, sem irem para as m'ssões, e nomear, em sua substítuição com poder delegado, um Vice-Prefeito que para lá se dirigia. Isto provocou entre os referidos Provinciais e a Propaganda quezílias, que não vale a pena descrever aqui; baste o d:to para explicar como para os missionários do Maranhão havia um Comissário Geral e um Comissário Provincial. Em princípios de 1614 os Capuchinhos destinados para o Ma– ranhão eram doze e não apenas nove, dez ou onze, como o deter– minara o anterior Capítulo Provincial. Dissemos que nesse Capítulo se decidira que o Padre Arcanjo partisse com nove missionários. Se neste número se não incluía o Padre Arcanjo, como o indica a frase, tornada ao pé da letra, os missionários seriam dez; se se lhes ajuntava o Padre Cláudio de Abbeville, que não precisava de nova nomeação, atingiriam o número de onze. Doze, porém, incluindo os Padres Arcanjo e Cláudio, era número mais conveninte, por ser o dos Apóstolos. Para o Maranhão partiriam, portanto, doze Capu– chinhos e isso di-lo já o Padre Cláudio no seu livro, que a 17 de Janeiro de 1614 teve licença do Provincial para se imprimir ( 88 ). ( 87 ) Ver o nosso estudo A primeica tentativa para os Capuchinhos mis– sionarem no Congo, Braga, 1956, p. 13 e A. BRASIO, ob. cit., VI, p. 559. Só pudemos ver este livro, acabado de se imprimir em Dezembro de 1955, quando já tinhamos corrigido as provas daquele nosso estudo e, por isso, não o citámos. ( 88 ) C. DE ABBREVILLE, ob. cit., p. 266; nesta tradução portuguesa não está a licença referida, que se lê na edição original, f. 5. não numerado, ao prin– cípio. 122 {40}

RkJQdWJsaXNoZXIy NDA3MTIz