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Franceses desde a primeira metade do século anterior, pretendiam estabelecer-se no Brasil. A morte de Henrique IV em 161 O fez sossobrar aquele pro– jecto, mas retomou-o nas mãos a sua viúva, a Regente Maria de Médicis, que governava durante a minoridade do seu filho Luís XIII. Dificuldades não faltavam e uma delas era decerto o facto de La Ravardiere, nomeado Lugar-Tenente do Rei no Maranhão, ser protestante; para a obviar, deu-se o mesmo cargo a Francisco de Rasilly, que era fervoroso católico. Em data que não sabemos precisar celebrou-se no Louvre, na presença de Príncipes e Princesas, a cer:mónia da entrega de ban– deiras da França com a flâmula real aos Lugares-Tenentes do Rei no Maranhão, mandando-se-lhes que as levassem corajosamente. Renovou-se-lhes então a promessa de que os não abandonariam e deu-se-lhes ordem de construirem, no primeiro porto em que se estabelecessem, um forte com o nome de S. Luís, em honra de Luís XIII, e ao porto chamassem-no de Santa Maria, em honra da Rai– nha iviãe. Em honra da mesma dariam o nome de Regente ao navio que os levaria e havia de ser benzido, assim como as bandeiras, pelo Bispo de Saint-Maio, o ma·s vizinho de Cancale, pequeno porto destinado para o embarque (~). Rasilly, que conhecia pessoalmente os Capuchinhos, pediu à Rainha Regente alguns desses Religiosos para evangelizarem o Maranhão. Maria de Médicis acedeu e pediu ao Papa que os dei– xasse ir para essa nova missão, <1ssim como também escreveu ao Padre Leonardo de Par:s, Provincial dos Capuchinhos, em 20 ou 23 de Abril de 1611, a suplicar que destinasse quatro dos seus súbdi– tos para o Maranhão. Muitos destes Religiosos estcwam então reunidos em Capítulo Provincial no seu Convento de Paris, na Rua Saint-Honoré, não longe do Palácio do Louvre. A 23 de Abril leu-se a carta régia em pleno Capítulo e o pedido de Maria de Médicis foi posto a votação; dos trinta e três capitulares apenas um foi ele parecer que se não (2) Ver ao fim o doe. X. CLAUDIO DE ABBEVILLE, História da Mis– siio dos Padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão, S. Paulo, s. d. [1945], p. 24, refere-se muito vagamente a essa cerimónia, decerto por os Capuchinhos a ela não terem assistido. /3] 85

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