BCCCAP00000000000000000000536

teiro, a fim de as freiras poderem ver os Índios à vontade, e depois levaram-nos para a basse-court, isto é, para o pátio de baixo, onde lhes deram um bom almoço ( 63 ). Dias depois part'ram para Ruão, onde os Capuchinhos do Convento local, muitos fidalgos e outros habitantes da cidade lhes fizeram solene recepção ( 0 1 ). O famoso poeta Malherbe, em carta que escreveu de Paris a 15 de Abril de 1613, disse que em Ruão Rasilly mandou vestir à francesa os seis Índios, que andavam quase nus, com um simples farrapo preto por baixo da cintura (º"). Cláudio de Abbeville nada diz sobre vestidos dados em Ruão aos Índios, mas pode ser que nessa cidade lhos tivessem dado bons e bonitos, mais apropriados a Embaixadores do que os fatos ordinários que traziam, Estranha até que o entusiasmo com que os receberam no Hâvre se não tenha explicado em presente semelhante. O que nos não parece certo é que, como Malherbe insinua andassem quase nus, antes de lhes terem dado fatos em Ruão. A temperatura de Março na França é muito mais fria do que a dos trópicos e seria crueldade passear os índios nus pelas ruas e pelas estradas. Além d'sso, não os iriam conduzir, com uma muito pequena e muito suja tanga apenas, à Sé do Hâvre e ao Mosteiro de Montivilliers; os fiéis e principalmente as freiras teriam ao menos um pouco de bom senso e de vergonha para os não receberem com devoção e com entusiasmo religioso. Rasilly, o Padre Cláudio e os índ'os dirigiram-se de Ruão para Paris, aonde chegaram em 12 de Abril. No fauboHrg Saint– -Honoré, que então era verdadeiramente faHbourg, isto é, subúrbio, sairam-lhes ao encontro os Capuchinhos dos Conventos de Paris e de Meudon, aproximadamente uns cento e vinte, chefiados pelo Padre Arcanjo de Pembroke, que na ausência do Provinc'al par– tido para Roma a fim de assistir ao Capítulo Geral, era o Superior Maior da Província com título de Comissário. Organizou-se uma devota procissão, de cruz alçada e com os frades a cantarem o Te Deum; assim entraram na Igreja do Convento da rua Saint– -Honoré, onde os espernvam, apertados a mais não poder ser, fidalgos, senhoras e muitos f'éis. O~ Índios vinham enfeitados com /31} (º") Ver ao fim o doe, n." li ( 61 ) C. DE ABBEVILLE ob. cit.. pp. 260-262. (n") Ver ao fim o doe. n." IV, a. 113

RkJQdWJsaXNoZXIy NDA3MTIz