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pelas índias de Castela ( 59 ) • O governo de Madrid, ao tratar-se de entregar uma princesa espanhola a Luís XIII, havia de exigir do de Paris que não ajudasse os Franceses estabelecidos no Mara– nhão. Para se conseguir, portanto, uma ajuda, e ajuda substancial. era preciso chegar a França antes que as negociações para o casa– mento estivessem muito adiantadas e, por isso, Rasilly tinha pressa. Como veremos, chegou tarde, pois bastantes meses antes assinara-se em Madrid o contrato do casamento. Os três Capuchinhos desejavam a vinda de mais companheiros, pois viam não serem bastantes para atender o muito trabalho que se lhes oferecia; Pézieu, com os mais Franceses, dizia ser conve– niente trazer mais mercadorias, para afagar e conservar a boa von– tade dos índios, assim como julgava útil que na viagem de regresso Rasilly conseguisse na Guiné pretos para o Maranhão, a fim de aí os fazer trabalhar ( 6 º) . Tudo isso é certo e poder-se-iam indicar outros motivos secun– dár'.os, mas o principal, que impelia Rasilly para França com grande pressa, era o que atrás deixámos apontado, a saber, conseguir sol– dados, armas e artífices, antes que se desse o ataque dos Portugue– ses e antes que se ajustasse o casamento do Rei de França com a princesa espanhola. Enquanto o Le Régent vogava pelo Atlântico e Rasilly se ocupava em Paris com as suas difíceis negociações, a vida da nova Colónia continuava com normalidade. Os Franceses tinham-se reco– lhido todos ao Forte de S. Luís e muito desejavam torná-lo inex– pugnável. Péz:eu, em carta de 2 de Julho de 1613, afirmou que os trabalhos do forte podiam estar mais adiantados; o Padre Ivo, dias depois, escreveu cheio de euforia, que o dito forte já estava inex– pugnável e não receava uma armada real, se esta lhe aparecesse na frente. Os Franceses estavam unidos sob a obediência de La Ravar– diere, que fizera uma expedição ao Amazonas, ficando Pézieu a substitui-lo. Todos esperavam ansiosamente o reforço que Rasilly havia de trazer e Pézieu ajuntava ter-lhe dito que era melhor demo– rar alguns meses mais, se preciso fosse, do que vir sem tudo o que julgasse necessário. 110 ( 5 º) Brief .Recveil... , p. 26. (ªº) Ibidem, p. 23. [28]
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