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de morte para quem atentasse contra a vida da nova Colónia, ainda que fosse com monopólios ou com críticas sobre a conduta dos che– fes, e quem disso soubesse e não acusasse os culpados também seria morto. Quem fosse apanhado a roubar, na primeira vez seria açoi– tado, ficaria um ano como escravo e, se fosse criado, seria morto; apanhado segunda vez no acto de roubar, seria enforcado. Morto seria também quem cometesse adultério, por violênc·a ou por amor, com as mulheres dos índios, e quem violentasse as índias solteiras. Lidas essas leis, todos os presentes juraram fidelidade ao Rei de França e prometeram viver e morrer em defesa do estandarte ali solenemente içado ( 53 ). Nesse mesmo dia I de Novembro, os principais Franceses, à frente dos qua's estava La Ravardiere, assinaram um documento em que pediam a Rasilly que, como se decidira logo que desembar– caram na Ilha de Santa Ana, fosse a França procurar, em missio– nários, soldados, artesãos e géneros, o socorro que mais necessário fosse para a conservação da nova Colónia ( 54 ) . Novembro passou-se decerto em preparativos para a partida e no último dia do mês La Ravardiere assinou um documento em que se comprometia a deixar, logo que Rasilly voltasse de França, o cargo de Lugar-Tenente, para que o chefe fosse só um e a união maior; retirar-se-ia então de vez para a França, onde receberia inte– gralmente os rendimentos que lhe competiam, conforme o contrato feito em Paris nas notas do tabelião Pacqué, a 6 de Outubro de I 610. Aquele compromisso, publicado pelo Padre Cláudio ( 50 ), parece indicar que Harley se retirava com Rasilly e se previa não haver muita união entre este último, que era católico ferveroso, e o protestante La Ravardiere. À meia noite do dia 1 de Dezembro Rasilly partiu da Ilha Grande, acompanhado pelo Padre Cláudio e por seis Índios, que à última hora pediram para ir a França prestar homenagem a Luís XIII; ajuntaram-se-lhes, nesta prlmeira parte da viagem, o Padre Arsénio e La Ravardiere. Chegaram à Ilha Pequena no dia 4 de Dezembro, aí no dia 6 os dois Capuchinhos disseram Missa e no dia seguinte todos embarcaram no Le Ré:gent, que se deteve no Cabo 108 ( 53 ) Ibidem, pp. 126-129. (54) Ibidem, pp. 130-131. (55) Ibidem, pp. 257-258. [26}

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