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escabroso assunto ( ºº). Assim terá acontecido, mas o caso mostra corno era débil a veneração dos Índios pela gente de Rasilly. Convencidos de que a Ilha Grande do Maranhão lhes seria fiel, os Franceses enviaram delegados às povoações de Curná e Tapuitapera, na terra Firme, para incitarem os que as habitavam a aceitar a tutela da França e deles receberem a mesma adesão ( 51 ). Com isto julgaram que era tempo de içar solenemente a ban– deira francesa, junto à Cruz que se tinha arvorado umas semanas atrás. Tratava-se do estandarte, ricamente adornado com grandes flores de !is, o distintivo da França, e solenemente entregue a Rasilly em Paris pela Rainha Maria de Médicis. Nele estava pintado um navio de velas ao vento, com duas figuras de tamanho natural, urna na proa e outra na popa; a primeira representava Luís XIII, a entre– gar um ramo de oliveira a sua mãe, que era a outra figura e que com a direita segurava o leme do barco, onde se lia esta inscrição: Tanti dux foemina facti, Mulher condutora de façanha tão grande. A 1 de Novembro de 1612 fez-se o solene içamento desse estandarte. Levaram-no ao local, onde estava arvorada a Cruz, seis dos principais Índios, acompanhados por muitos outros e por todos os Franceses que se encontravam perto do forte. Depois de Rasilly e La Ravardiêre terem discursado, num pau que se espetara no chão içou-se a bandeira, ao som de cornetas e tambores, ao mesmo tempo que troavam tiros de mosquete e de canhão. Com isto que– ria-se significar que aquela terra ficava a pertencer à França e tanto os Índios como os Franceses ali presentes comprometiam-se a con– servá-la na posse de Luís XIII ( 52 ). Leram-se depo's leis ou ordenações, decretadas por Rasilly, La Ravardiêre e Harlay, que eram os Lugar-Tenentes do Rei de França no Maranhão. Com elas se queria velar pela liberdade dos missionários, pela união dos Franceses, pela obediência destes aos seus chefes, pelo bom tratamento dos índios e pela moral'dade dos costumes, mas parece que eram severas demais para se cumprirem integralmente. Havia, por exemplo, pena de morte para quem emba– raçasse os Capuchinhos no exercício da sua missão e repare-se que alguns dos Franceses eram protestantes; ex:stia igualmente pena /25] ( 5 º) C. DE ABBEVILLE, ob. cit., pp, 115-118. ( 51 ) Ibidem, pp. 120-121. ( 52) Ibidem, pp. 122-125. 107

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