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pedras e até, a vinte léguas de distância, como ouviram dizer, uma mina de oiro. Estas duas cartas, destinadas a pessoas que não tinham desejos de esconder o que se podia considerar glória dos Capuchinhos, foram publicadas e largamente difundidas; um livreiro de Paris edi– tou-as, ainda em 1612, acrescentadas com o resumo do que contou Ou Manoir sobre o Maranhão, e no ano seguinte essas cartas com o referido resumo, tiveram seis edições em francês e três traduções, duas em italiano e uma em alemão. Esses opúsculos, todos raríssi– mos, serão descritos neste estudo, exceptuando apenas uma das tra– duções em italiano que ainda não foi encontrada. Ou Manoir deixou no Maranhão dois dos seus barcos que estavam avariados e partiu numa caravela carregada de açúcar e de outras mercadorias ( 4 '). A 27 de Agosto o Padre: Arsénio escreveu ao seu Provincial uma carta que também foi publicada e nela, sem dizer nada de novo, refere-se à viagem e à chegada ao Brasil; afir– ma-se que esta terra com o tempo se faria um pequeno Paraíso e prometem-se igualmente notícias mais circunstanciadas que Rasilly levaria quando fosse a França. Desta carta fizeram-se em 1613 três edições que à frente descreveremos. No mesmo dia 27 o Padre Arsénio escreveu a um seu irmão, ao Custódio dos Capuchinhos de Paris e ao Vigário do convento da rua Saint-Honoré; o resumo destas quatro cartas foi editado duas vezes, em 1612 (?) e 1613, com o das duas atrás citadas do Padre Cláudio e com a relação que um mar:nheiro vindo do Maranhão fez ao Superior dos Capuchinhos do Hâvre, como este o atestou em 12 de Novembro de 1612. Também à frente havemos de descre– ver estas raríssimas edições, assim como a das cartas de Pézieu. A 8 de Setembro, dia da Natividade de Nossa Senhora, fez-se a solene arvoração da Cruz na Ilha Grande do Maranhão, acon– tecimento que foi representado por L. Gaultier ( 45 ) numa linda gra– vura inserta no livro do Padre Cláudio de Abbeville. O local esco– lhido não estava longe do sítio onde se ia construir o forte dos ( 44 ) Brief Recuei/... , p. 7, em carta escrita por Pézieu a fins de de Agosto ou princípios de Setembro de 1612. ( 45 ) Leonardo Gaultier, ou mais própriamente Golter (1561-1611), gra– vador alemão estabelecido em Paris, fe: muitos trabalhos para os Reis da França, de Henrique II a Luls XIII. 104 {22}

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