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Ravardiere e Des Vaux ali tinham estado anos atrás, por encargo de Henrique IV. Ainda que não se tenham encontrado relatos des– sas negociações, podemos dizer, :,em nos enganar, que os enviados do Rei de França prometeram aos índios que os tratariam bem e os defenderiam dos Portugueses, cuja chegada, cada vez mais pró– xima, os alarmava. Não admira, portanto, que logo na primeira reunião de Rasilly com os chefes dos índios, estes se lhe tenham queixado dos Portugueses e o Lugar-Tenente do Rei de França no Maranhão lhes respondesse que os defenderia contra qualquer que os atacasse ( 42 ). Disto se depreende que o embate com os Portugueses era ine– vitável, se estes queriam conservar a posse do Nordeste brasileiro, então a parte mais rica do Brasil. Antes, porém, que tal embate se desse, os Barbadinhos, levados pela sua :,implicidade ou desconhecedores dos meandros da política internacional, julgavam que iam ter no Maranhão um fecundo campo de apostolado. Os índios recebiam-nos bem, manifestavam-lhes desejos de se fazerem cristãos e com entusiasmo aceitavam a tutela da França. No domingo, 12 de Agosto, dia de Santa Clara, construída e arredada já a palhota que lhes servir:a de capela, os quatro mis– sionários celebraram pela primeira vez Missa na Ilha Grande do Maranhão, como o tinham feito dias antes na Ilha Pequena e na de Fernando Noronha ( ' 3 ). No dia 20 o Padre Cláudio, cheio de entusiasmo, aproveitando o ensejo da partida de Du Manoir para a França, escreve uma carta a dois irmãos seus, o padre secular Foullon e o Capuchinho Fr. Marçal, a contar-lhes a viagem que fizeram e o bom acolhi– mento que lhe dispensavam os Índios; ajuntava que os do Pará, eram uns cem mil, também queriam missionários e prometia enviar notícias circunstanciadas, quando Rasilly fosse à França. No mesmo dia 20 o Padre Cláudio escreveu outra carta, esta muito breve, a um tal Fermanet, de Ruão, e assinava-a também o Padre Arsénio; falavam-lhe da riqueza daquelas terras do Bras:J, onde havia muito tabaco, podia cultivar-se açúcar, existiam lindas (42) ldidem, pp. 59-62. (-! 3 ) Ibidem, pp. 49 e 57, O Padre Arsénio, na Demiere Lettre, Paris, 1613, p. 11, afirma que também celebraram na Ilha Pequena. {21] 103

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